Projetar uma residência nunca é algo simples, visto que requer
adaptação do estilo de vida dos proprietários no espaço disponível no
terreno. Essa casa em São Paulo iniciou
mais como um desafio para as empresas CR2 Arquitetos e FGMF Arquitetos
do que um projeto arquitetônico em si. Isso porque eles tinham a
disposição uma área de somente 4m x 30m.
Mesmo que o projeto pareça simples, foi necessária uma longa pesquisa
anterior a fim de sugerir formas de aproveitar o pouco espaço de forma
criativa. As minúsculas casas japonesas e holandesas, inclusive,
serviram de exemplo. No final, a proposta arquitetônica buscou o espaço
convencional ideal para o estereótipo de uma família de classe média de
São Paulo, integrando espaços e, ao mesmo tempo, eliminando ambientes
considerados “obrigatórios”.
Antes da construção em si, houve um processo de ocupação do lote e
melhoramento do mesmo, visando uma melhor iluminação bem como ampliar a
ventilação natural. Foram desenvolvidos dois blocos de tamanhos
diferentes, ligados por uma passarela ao redor do jardim. O maior deles concentra a sala e a cozinha no piso térreo e os quartos no andar de cima, enquanto o menor contém ambientes de apoio, como área de serviço e escritório. As portas de vidro retráteis nos limites do jardim servem para integrar plenamente a sala de estar com o espaço externo.
Devido à largura do lote e a forma em que as peças foram organizadas,
a entrada da casa teve que ser revista. Assim, os arquitetos criaram
uma passagem elevada para que a recepção não fosse justamente pela
cozinha, que acabou ficando na frente para que a sala tivesse o contato
direto com o pátio dos fundos. Alguns desníveis se tornaram necessários e
acabaram dando um toque de modernidade a mais à construção. Por
exemplo, a cozinha foi rebaixada, oferecendo uma perspectiva visual
diferenciada.
O conceito de construção a seco se adequou ao projeto, através do uso
de cimento e placas drywall, lajes de painéis de madeira, passagens
metálicas e pisos feitos de resina de borracha. Globalmente, trata-se de
uma construção eficiente, rápida e precisa, que não há desperdícios ou
retrabalhos. Os materiais utilizados são recicláveis, assim como a casa,
que pode ser facilmente adaptada ao longo do tempo ou mesmo totalmente
desmontada se necessário.
O jardim também desempenha um papel fundamental na questão da eficiência e sustentabilidade.
Além de permitir uma área permeável exigida por lei, a área possui uma
árvore de pitanga e uma parede verde brilhante que resfria naturalmente,
criando uma zona de baixa pressão. O uso do branco em todas as peças
não é simplesmente por gostos pessoais, mas também por ser uma
estratégia de refletir a luz internamente, levando-a a todos os pontos
da casa.
O resultado final, portanto, é uma casa pequena em tamanho, mas
enorme em termos de integração e continuidade de seus espaços. Trata-se
de um projeto menos rígido que o de uma casa convencional,
proporcionando o uso da criatividade.
Fotos no link - http://sp.arquitetosepaisagistas.com.br/2011/10/04/projeto-de-uma-casa-com-area-de-4x30m-em-sao-paulo/
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