segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DESENHO DE ARQUITETURA PARTE 1

Planta Baixa 1o. Pavimento
1. ESCALAS

1.1. Uso
Através do Desenho Arquitetônico o arquiteto ou o desenhista gera os documentos necessários para as construções. Esses são reproduzidos em "pranchas", isto é, folhas de papel com dimensões padronizadas, por norma técnica, onde o espaço utilizável é delimitado por linhas chamadas de margens. Uma prancha "A4", por exemplo, tem 21cm de largura por 29,7cm de altura e espaço utilizável de 17,5 cm de largura por 27,7 cm de altura. Desta forma se tivermos que desenhar a planta, o corte e a fachada de uma edificação, nesta prancha, estes deverão estar em ESCALA. As escalas são encontradas em réguas próprias, chamadas de escalímetros. Como este é um projeto pequeno, como tudo indica, em função do tamanho de prancha escolhida, podemos desenhar na escala de 1:100 (ou 1/100). Isso significa que o desenho estará 100 vezes menor que a verdadeira dimensão (VG). Então, se estamos desenhando uma porta de nosso projeto, com 1 metro de largura (VG), ela aparecerá no desenho, em escala, com 1 cm de comprimento. Se escolhermos 1:50 (ou 1/50) o desenho será 50 vezes menor, e assim por diante. Como podemos observar, o tamanho do desenho produzido é inversamente proporcional ao valor da escala. Por exemplo: um desenho produzido na escala de 1:50 é maior do que ele na escala de 1:200.



1.2. A utilização das escalas
Um dos fatores que determina a escala de um desenho é a necessidade de detalhe da informação. Normalmente, na etapa de projeto executivo, quando os elementos da construção estão sendo desenhados para serem executados, como por exemplo as esquadrias (portas, janelas, etc), normalmente as desenhamos o mais próximo possível do tamanho real. Há quem goste de desenhar na escala de 1:1. Ou seja no tamanho verdadeiro. Isso facilita a visualização da dimensão real das peças, as vezes de extrema importância para o projetista ou construtor. Outro fator que influencia a escolha da escala é o tamanho do projeto. Prédios muito longos ou grandes extensões urbanizadas em geral são desenhados nas escalas de 1:500 ou 1:1000. Isto visando não fragmentar o projeto, o que quando ocorre dificulta as vezes a sua compreensão.

Planta Baixa 2o. Pavimento




1.3. Escalas recomendadas
· Escala de 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral;
· 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos;
· 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos;
· 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra.
· 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50. Plantas de situação e paisagismo. Também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes;
· 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra;
· 1:200 e 1:250- Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano; · 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia;
· 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e zoneamento.



1.4. Qual a melhor escala?
Com a prática do desenho, a escolha da escala certa se torna um exercício extremamente simples. A medida que a produção dos desenhos acontece, a escolha fica cada vez mais acertada. Só uma dica: um prédio com 100 metros de comprimento (10.000 cm) para ser desenhado na escala de 1:100, precisa de 1 metro (100 cm) de espaço disponível na folha de papel para ser desenhado. Na de 1:50 o dobro. Assim você pode determinar a prancha a ser utilizada.

Corte Longitudinal

2. TRAÇADO

2.1. Uso
O Desenho Arquitetônico é a forma de comunicação do arquiteto. Quando o elaboramos estamos criando um documento. Este contem, na linguagem de desenho, informações técnicas relativas a uma Obra Arquitetônica. Esse desenho segue normas de linguagem que definem a representatividade das retas, curvas, círculos e retângulos, assim como dos diversos outros elementos que nele aparecem. Assim poderão ser perfeitamente lidos pelos outros profissionais envolvidos na construção. Esses desenhos podem ser realizados sobre uma superfície de papel, dentro de pranchas na maioria das vezes em papel manteiga ou vegetal, ou na tela de um micro computador, para posterior reprodução. Até bem pouco tempo, eram executados de forma convencional, sobre pranchetas, com uso de réguas, esquadros, lapiseira, compasso, caneta de nanquim, etc. Hoje são digitalizados através da computação gráfica, em programas de computador específicos, que quando reproduzidos devem ter as mesmas informações contidas nos convencionais. Ou seja, os traços e os demais elementos apresentados deverão transmitir todas as informações necessárias, para a construção do objeto, com a mesma representatividade, nos dois processos. No nosso curso de Desenho de Arquitetura da Bennett, utilizaremos o aprendizado da técnica do desenho convencional, pois acreditamos ser básica e fundamental para a compreensão inicial da linguagem do desenho.

Corte Transversal
 
2.2. As linhas
São os principais elementos do desenho arquitetônico. Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas e etc, determinam as dimensões e informam as características de cada elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho.



2.3. Características das linhas
· Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma graduação no traçado em função do plano onde se encontram. As em primeiro plano serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados menos intensas; · Traço forte - As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas baixas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de corte. No desenho convencional utilizamos a pena 0.6. No desenho a lápis podemos desenha-la com o grafite 0.9, traçando com a lapiseira bem vertical, podendo retraça-la diversas vezes caso necessário; · Traço médio - As finas e escuras representam elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, etc. São indicadas as penas 0.2 e 0.3. A lápis usamos o grafite 0.5, num traço firme, com a lapiseira um pouco inclinada, procurando gira-la em torno de seu eixo, para que o grafite desgaste homogeneamente mantendo a espessura do traço único; · Textos e outros elementos informativos podem ser representados com traços médios, pena 0.3. Títulos ou informações que precisem de destaque poderão aparecer com traço forte. · Nas paginações de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras, etc), as juntas são representadas por linhas finas. Utilizamos normalmente as penas 0.2 ou 0.1, traço muito fino e escuro.

Fachada Lateral
 
2.4. O melhor desenho
Sempre que possível o desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e carimbo com as informações necessárias. Deve estar limpo e sem rasuras. Conter traços homogêneos, com espessuras diferenciadas que identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Textos com caracteres claros que não gerem dúvidas ou dupla interpretação. Dimensões e demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita execução da obra. Sempre que possível seguir uma norma de desenho estabelecida, muito utilizadas nos escritórios de arquitetura. Para quem está iniciando parece difícil mas com a prática se torna um prazer.


Fachada Principal
3. DESENHO A MÃO LIVRE

3.1. Uso
Técnica de extrema importância para o Arquiteto, o Desenho Arquitetônico a mão livre é fundamental em determinadas ocasiões. Muitas vezes somos obrigados a criar ou complementar desenhos sem o suporte do equipamento. Principalmente na obra quando o projeto está sendo executado, a não interrupção da mesma, exige que muitos desenhos sejam alterados no local, não dando tempo de revê-los no escritório. Quantas vezes temos que desenhar nas paredes para podermos explicar, aos técnicos do canteiro, determinados detalhes que não estão sendo compreendidos ou não foram executados. Nas apresentações para clientes fatalmente temos que desenhar algo, alguns detalhes e principalmente perspectivas. Muitos arquitetos preferem desenhar plantas, cortes e detalhes a mão para posteriormente serem desenhados definitivamente nas pranchas ou nos computadores.



Perspectiva (Lapis de Cor)
3.2. Técnica
Sobre uma folha de papel, segurar a lapiseira com firmeza e procurar executar o traçado sempre com a mão apoiada, em traço único, firme, em linhas não muito longas. A emenda dos traços podem apresentar um pequeno afastamento, quase imperceptível, entre o fim de uma e o início de outra. Procurar sempre olhar um pouco a frente do trecho que está sendo desenhado e se possível ter uma referência de alinhamento (outra linha próxima, a margem da folha etc). O importante é que as linhas retas sejam realmente retas! Linhas ortogonais podem se cruzar, sem exageros. Evite as chamadas linhas "cabeludas", aquelas que são traçadas diversas vezes com movimentos de vai e vem. Os arcos e círculos são os mais difíceis de serem feitos, mas com a mão bem apoiada, descrever um arco é quase que um movimento natural. Não esqueça de sempre que possível rodar um pouco a lapiseira para que a linha fique homogênea. Outro cuidado importante é, sempre que possível, realizar o desenho de cima para baixo. Ou seja, do desenho mais acima para o mais abaixo da folha. Isso evita que a folha fique suja de grafite, em virtude do manuseio. Em outros casos, dependendo da superfície, é aconselhável o traçado com um lápis ou lapiseira com grafite mais macio. Um 6B talvez. Nessas situações é difícil definir uma técnica, mas procurar ter a mão apoiada é fundamental.

Perspectiva (Bico de Pena)


3.3. Características das linhas
· As linhas devem, sempre que possível, estar caracterizadas. Assim determinam a sua propriedade, facilitando a leitura do desenho; · Linhas fortes, grossas e escuras para trechos em corte; · Linhas médias, finas e escuras para trechos em vista; · Linhas fracas, para ajudar na construção; · Textos com letras claras e bem traçadas; e · Sempre que possível entre margens e com carimbo.



3. 4. Aprimorando com a prática
Um bom desenho é fator primordial para um bom arquiteto. Assim como a boa letra, as linhas devem fluir com bastante clareza e facilidade. Não devemos ter medo de desenhar. O treino é de extrema importância para o aperfeiçoamento. Sempre que possível devemos desenhar a mão livre pois só assim perderemos a inibição. Esses desenhos, chamados de croquis, as vezes são verdadeiras obras de arte. Portanto não vamos nos restringir a desenhar com instrumentos ou no computador. Muitas vezes conquistamos o cliente com um mero traço que realizamos.


Continua...


FONTE - http://lucariny.sites.uol.com.br/desarqui01.htm

6 comentários:

Anônimo disse...

gostaria que enviace por emil o basico de arquitetura pois estou no 1 semestre de arquitetura, joelisa2009@hotmail.com

Unknown disse...

Oi, na proxima semana eu te mandarei! Me diga o que precisa... NBRs, dicas, regras...
Prof. Anderson Ferreira

Anônimo disse...

Poderia me enviar tambem por favor.
preciso de tudo.
Julianabrbrodrigues@hotmail.com

Unknown disse...

Se possível mande melhores detalhes sobre leitura e interpretação com desenhos mais claros e mais legíveis.

Unknown disse...

Oi Luciano! Valeu pela dica! Estou postando uma seria sobre Leitura e Interpretação de Projetos que esta melhor.

Anônimo disse...

Tbm estou no primeiro semestre, poderia mandar todo o básico de arquitetura para o email: malluperrone@gmail.com