quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Alvenaria com tijolos comuns

Por Iberê M. Campos


Fabricação do tijolo comum

A matéria prima do tijolo comum é a argila misturada com um pouco de terra arenosa. Depois de selecionada e misturada a argila é misturada com água até formar uma pasta, que é moldada em formas apropriadas que vão dar o formato ao tijolo. As formas são retiradas com a massa ainda mole, os tijolos crus são deixados a secar no sol formando o que se chama de adobe.

Uma vez atingida a dureza inicial e retirado o excesso de umidade, os tijolos são cozidos em fornos com temperatura entre 900 a 1.100ºC. As peças que ficarem mais próximas do fogo ficarão mais escuros e terão resistência física maior. A cor do tijolo varia com o tipo da argila, porém a mais encontrada é aquela que fica entre o vermelho e o amarelo.

Como saber se o tijolo é bom?

Testes mais específicos, para selecionar material em obras de responsabilidade maior, precisam ser feitos em laboratório. Mas com um pouco de experiência e algumas dicas básicas será possível fazermos um bom exame preliminar:

• O tijolo bem cozido produz um som peculiar quando batido com a colher de pedreiro. Através da sonoridade pode-se distinguir o grau de cozimento, quando mais metálico e firme for o som melhor será o tijolo.

• Outro teste para saber se o tijolo é bom é quebrá-lo e verificar seu interior. Se o meio ainda estiver meio barrento ou com cor mais escura é sinal de que o tijolo está mal cozido.

• A superfície do bom tijolo é porosa e áspera, suas arestas são vivas e duras. Quando quebrado apresenta saliências e reentrâncias.

• A absorção da água deve estar por volta de 7% do peso do tijolo, que deveria variar entre 2 a 3 kg, mas infelizmente hoje se encontra tijolos até mesmo de 1 kg...

Formato e dimensões

Tipos especiais de tijoloO tijolo comum pode ter vários formatos, atendendo a várias finalidades como paredes curvas, cantos arredondados e efeitos decorativos. Além do tradicional em formato de paralelepípedo existem os redondos e os fracionados: meio-tijolo no sentido horizontal e meio-tijolo no formato vertical. Existem também com largura de e 1/4 de tijolo, usados no revestimento de fachadas. Algumas olarias fornecem peças com meio-corte, para facilitar a separação das metades na obra, mas nada impede que se corte com uma serra elétrica ou até mesmo com a colher de pedreiro. Já também os em formato de tramela e em curva (vide ilustração ao lado)

As medidas dos tijolos seguem a chamada “Regra de Frisch” que determina que o comprimento (C) deve ser igual a duas vezes a largura (L) mais a espessura da junta (J), e também que a largura (L) seja duas vezes a altura (H) mais a espessura da junta, ou seja,

C = 2L + J

e também

L = 2H + I

Estas proporções foram pensadas para possibilitar diferentes formas de assentamento, conforme veremos a seguir. Considerando-se a junta de 1 cm conseguimos as seguintes medidas (em cm):


MEDIDAS DE TIJOLOS COMUNS SEGUNDO A REGRA DE FRISCH JUNTA DE 1 CM
C (cm)L (cm)H (cm)
23 11 5
20 9,5 4,25
11 8 3,5

Entretanto, atualmente é quase ficção imaginar que um pedreiro vai ter a paciência de trabalhar com junta de 1 cm. O mais realista seríamos falar em junta de 1,5 cm, assim teríamos as seguinte medidas:

MEDIDAS DE TIJOLOS COMUNS SEGUNDO A REGRA DE FRISCH JUNTA DE 1,5 CM
C (cm)L (cm)H (cm)
23 10,75 4,63
21 9,75 4,13
17 7,75 3,13


Devemos alertar que estas medidas são teóricas. Na prática o que se encontra no mercado é bem diferente, por isto é conveniente saber a regra de Frisch para poder fazer o cálculo da junta em função do material adquirido. A espessura da junta influi também na quantidade de tijolos por m², conforme vemos a seguir:

Quantidade de tijolos por m²

Em função do tamanho dos tijolos e da espessura da junta podemos calcular quantas unidades de tijolos precisamos para preencher um metro quadrado de alvenari, e, a partir daí, chegar ao consumo de material. O cálculo é bem simples, basta ver quantos tijolos precisamos na horizontal, quantos na vertical e multiplicar um pelo outro, ou seja,

N = TH x TV

Onde:
N = Número de tijolos por m²
TH = Quantidade de tijolos na horizontal, por metro linear
TV = Quantidade de tijolos na vertical, por metro linear

A variável TH é igual a:


TH = 100 / (C + J)

Enquanto que:

TV = 100 / (H + J)

Exemplo: supondo-se uma parede de ½ tijolo de 23 x 11 x 5 e junta de 1 cm, temos:

N = 100 / (23 + 1) x 100 / (5 + 1) = 4,2 x 16,7 = 70

Portanto, para esta parede precisamos de 70 tijolos por m².

Outro exemplo: parede de 1/2 tijolo feita com tijolos de 21 x 9,8 x 4,1 e junta de 1,5 cm. Neste caso ficaria assim:

N = 100 / (21 + 1,5) x 100 / (4,1 + 1,5) = 79

Nos exemplos acima, fizemos o cálculo para paredes de ½ tijolo. Se a parede for de 1 tijolo de espessura, basta multiplicar o resultado por 2.

Tipos de parede com tijolo comum

As paredes feitas com tijolo comum se diferenciam pela espessura e, consequentemente, pela maneira com que os tijolos são assentados. Assim, temos as espessuras de ½ tijolo, 1 tijolo, 1 ½ tijolo e até de 2 tijolos ou mais. Aqui em São Paulo temos vários prédios construídos em alvenaria estrutura de mais de 2 tijolos como, por exemplo, os prédios antigos da Universidade Mackenzie e as construções da antiga Rede Ferroviária, uma das quais virou um requintado auditório.

Para cada largura de parede é feito um tipo de amarração dos tijolos. A intenção é desencontrar as juntas e com isto conseguir maior resistência ao cizalhamento, além de melhorar o comportamento geral da alvenaria quando recebe as cargas, ou seja, a parede fica mais resistente com as juntas devidamente amarradas. Veja a seguir as amarrações feitas nos diversos tipos de alvenaria com tijolo comum:

Alvenaria de ½ tijolo

É a mais usada para as paredes internas, pois recomenda-se que as paredes externas ou que recebem mais carga sejam feitas com espessura de 1 tijolo (vide a seguir). As alvernarias de ½ tijolo devem ser feitas com as juntas desencontradas fiadas a fiadas, inclusive nas junções de parede. Vide o desenho a seguir:



No desenho acima vemos a junção de duas paredes de ½ tijolo, onde a primeira fiada é assentada normalmente enquanto que a segunda fiada é desencontrada da primeira exatamente a metade do comprimento do tijolo. A terceira fiada será igual à primeira, a quarta igual à segunda e assim por diante. Quando ocorrer o cruzamento de duas paredes o procedimento será o mesmo, conforme mostrado na figura abaixo:



Quando ocorrer a a junção entre parede de ½ tijolo e outra de 1 tijolo as fiadas ficam desencontradas da mesma forma, conseguindo a amarração necessária, vide figura abaixo:



Seguindo estes mesmos princípios para desencontrar as juntas, é só usar a criatividade e conseguiremos solucionar os mais diversos tipos de encontros. Vejamos então como fica no caso de paredes de 1 tijolo:

Alvenaria de 1 tijolo

A idéia é a mesma, ou seja, deslocar as fiadas ½ tijolo de uma para outra, só que aqui o deslocamento acontece juntamente com um travamento no mesmo sentido da colocação dos tijolos, conforme ilustra a figura a seguir:



Repare no desenho acima que há duas alternativas de travamento. O primeiro caso é usado quando o tijolo vai ficar à vista, pois quem olha a parede de um lado não sabe se ela é de 1 ou de 1/2 tijolo pois a amarração é igual. Entretanto, em paredes de mais responsabilidade o certo é usar a alternativa 2, pois causa uma distribuição mais uniforme das cargas.
Atualmente não se costuma usar outras espessuras de alvenaria de tijolo maciço, mas é possível fazer também de 1½ tijolo e até de 2 tijolos ou mais. Os cuidados são os mesmo, as juntas devem ser desencontradas o tanto quanto possível.

Execução de pilares

Além de servirem para paredes de vedação ou estruturais, os tijolos maciços se prestam muito bem à execução de pilares, meramente decorativos ou mesmo com função estrutual sendo comuns em varandas, por exemplo, pelo seu efeito estético. A figura abaixo mostra algumas possibilidades de pilares executados com tijolos maciços:



Analisando a figura acima, vemos ser possível fazer pilares simples -- dois tijolos lado a lado e aproximadamente 24 x 24 cm de largura -- até pilares de dois tijolos -- aproximadamente 48 x 48 cm -- passando pelo pilar de 1 ½ tijolo e cerca de 37 x 37 cm.

Note que nos pilares feitos com mais de 1 tijolo fica um espaço central, que pode ser deixado vazio ou pode ser preenchido com cacos de tijolos ou até mesmo com concreto armado, para aumentar a resistência do pilar, tanto à compressão quanto à flexão, fator muito importante quando o pilar vai ser usado para fixar uma viga de telhado. A dilatação térmica da estrutura pode causar esforços de flexão no pilar e o consequente rompimento da alvenaria.

Formato das juntas

A forma e o acabamento das juntas nas alvenarias, principalmente as que ficarão aparentes, pode influir na qualidade e na durabilidade. A figura abaixo mostra os tipos de junta mais comuns.



As juntas côncavas, planas e em “V” são recomendáveis, enquanto que não se recomenda as juntas rebaixadas pois diminuem a área de contato com o tijolo e aumentam a fragilidade do canto do tijolo, que pode se romper mesmo com um pequeno choque, além de facilitar a infiltração de umidade, retenção de poeira e formação de limo. Além das juntas acima, também se pode fazer nos formatos abaixo:



As chanfradas e as aprofundadas são recomendáveis, enquanto que as corridas e com chanfro invertido devem ser evitadas.

Conclusão

Há muito o que dizer sobre as alvenarias com tijolos comuns, vimos aqui apenas uma pequena introdução. O tijolo comum é muito versátil, mas vem sendo condenado pois sua execução precisa dos fornos a lenha, que devastam as florestas e poluem o ar, assim os preocupados com as construções sustentáveis e ecologia recomendam o uso dos tijolos laminados pois consomem menos energia na sua execução. Poderíamos também citar o uso dos tijolos de solo-cimento, que podem ser feitas nos mesmos formatos e usados nas mesmas finalidades que o tijolo comum, infelizmente a sociedade ainda não descobriu as vantagens do tijolo de solo-cimento.

Os conceitos básicos que vimos aqui neste pequeno artigo em relação ao assentamento servem também para alvenarias feitas com outros elementos como blocos de concreto, tijolos laminados e outros.

FONTE -  http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=97

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Impermeabilização de Fundação

Impermeabilização x Fundação



Todos nós sabemos a importância que água tem na nossa vida, mas quando se trata de estruturas e de edifícios, a água pode ser muito danosa quando em contato com locais onde não deveriam. Um bom exemplo são as fundações, que caso não tenham a correta impermeabilização podem apresentar vários problemas, desde danos na pintura até sérias complicações respiratórias.

Os alicerces, vigas baldrames ficam expostas a constante umidade do solo, tal umidade pode variar de local para outro em função de vários fatores. Caso tais vigas não tenham a correta impermeabilização pode ocorrer o fenômeno da umidade ascendente, que é a ascensão da água pelos capilares existentes no concreto, argamassa e alvenaria. Desta forma a água em contato com a viga baldrame sobe pelo concreto e alvenaria podendo atingir alturas de até 1,50 m.

É importante especificar um sistema impermeabilizante de comprovada eficiência, e se atentar para os detalhes de aplicação.

Dentre os sistemas impermeabilizantes mais utilizados em fundações podemos destacar as argamassas poliméricas, mantas asfálticas aplicadas a frio ou a quente, emulsões acrílicas, emulsões asfálticas, soluções asfálticas, cristalizantes e etc.

Qualquer um dos sistemas mencionados acima passa por etapas básicas.



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                                Danos causados pela umidade no rodapé   






Escolha do sistema impermeabilizante



Determinante no sucesso da impermeabilização é a escolha correta do sistema a ser utilizado. Podemos dividir todos os sistemas impermeabilizantes em flexíveis e rígidos, desta forma optando por um sistema rígido a fundação não poderá possuir deformações que acarretem o aparecimento de fissuras no impermeabilizante e conseqüente abertura para passagem dos fluídos. Já os sistemas flexíveis suportam maiores deformações sem o aparecimento de fissuras. Outro ponto a ser observado são as condições da obra, ou seja, para escolha do sistema de manta asfáltica aplicado a quente é necessário a existência de mão de obra especializada o que talvez não seja possível, entretanto este sistema apresenta uma grande velocidade na execução, item que pode ser fundamental na escolha.



Preparação da superfície



Antes de receber o sistema impermeabilizante a superfície deve ser preparada, ou seja, estar limpa, sem partes soltas, isenta de óleos, isenta de desformantes, seca, regularizada e etc. Regularizar a superfície significa deixá-la uniforme, ausente de falhas de concretagem, sem a presença de quinas vivas, sem juntas de alvenaria com ausência de argamassa. A regularização deve ser executada com argamassa de areia, cimento e aditivos em traço compatível com as condições de aplicação.

Para produtos de base asfáltica como mantas, emulsões e soluções antes da aplicação é necessário a imprimação da superfície. O mercado oferece primers a base d’água e base de solvente, ambos devem possuir a mesma eficiência na promoção da aderência. Um erro muito comum encontrado nesta etapa é a utilização do primer como impermeabilização definitiva.



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Regularização do embasamento


 


Aplicação



Após a preparação da superfície se inicia a aplicação propriamente dita. Cada sistema apresenta formas específicas de aplicação, basicamente podemos dividir em pré-moldados e moldados in loco.

Os sistemas moldados in loco são aplicados na forma de pintura, nesta etapa deve-se levar ao pé da letra a recomendação do fabricante. Por exemplo, caso o fabricante recomende 3 kg/m² deve ser respeitado o consumo, independente do numero de demãos. Na obra se fala muito em número de demãos o que pode levar a um erro de aplicação, pois, 3 demãos não significam necessariamente 3 kg/m². Outro ponto a se observar é o tempo de secagem entre as demãos, alguns produtos exigem a cura completa entre uma demão e outra, ao passo que alguns é exatamente o contrário, não se deve esperar a cura. No caso de produtos a base de cimento é necessário realizar a cura úmida com intuito de evitar fissuras.

Os sistemas pré-moldados podem ser aderidos a quente, aderidos a frio, ou simplesmente dispostos sobre as vigas baldrames. A vantagem de tal sistema é a espessura constante, não ficando atrelada a um controle rigoroso do consumo de produto, bem como a velocidade de execução, pois, independe de secagem. A impermeabilização deve envolver a viga baldrame de forma não permitir a ascensão da umidade.

Depois de concluída a aplicação pode-se iniciar a alvenaria, tomando os devidos cuidados com o trânsito de pessoas e equipamento sobre as vigas impermeabilizadas. Após tanto cuidado não é desejável que a impermeabilização seja rompida por mero descuido.

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Cura úmida para produtos a base de cimento    

 

 

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Movimentação da terra antes  da impermeabilização

 


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   Detalhe do cuidado com a impermeabilização



Correção do problema já instalado



Todos os sistemas descritos acima podem ser utilizados na fase da construção, ou seja, quando ainda não se iniciou a alvenaria, é uma impermeabilização preventiva.

Entretanto no caso de já existir a patologia, o tratamento se restringe a alguns sistemas impermeabilizantes, que suportem a pressão que atua atrás do sistema (pressões negativas). Alguns sistemas utilizados são as argamassas poliméricas, cristalizantes, etc. Esta solução pode não ser suficiente, pois como a água ficará atrás do impermeabilizante ela poderá “correr” para outra parede que não apresentava o problema, ou então subir um pouco mais do que o impermeabilizante danificando a parede.

Para a correção deve-se remover todo o revestimento danificado pelo menos meio metro acima do local máximo aonde a umidade chegou, preparar a superfície e aplicar o sistema resistente a pressão negativa. Em algumas situações como a de tijolos maciços é possível utilizar cristalizantes injetados na própria alvenaria através de furos.

Assim fica óbvio que o custo menor é o da impermeabilização preventiva.

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                                 Patologia instalada                    Remoção do reboco danificado

 

                                       

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Regularização                            Impermeabilização



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 Acabamento concluído


 

Erros comuns



Durante a impermeabilização das fundações os erros mais comuns são:

- Escolha do sistema inadequado;

- Falha na preparação da superfície;

- A inobservância das instruções do fabricante no momento de preparação do produto como adicionar água sem necessidade, não homogeneizar adequadamente, não seguir a proporção adequada dos produtos constituintes e etc;

- A falsa idéia que o impermeabilizante é uma pintura, sem preocupação com a espessura;

- Consumos muito abaixo da recomendação do fabricante.

- Tempos de cura em desacordo com as instruções do produto;

- Falhas nas emendas dos sistemas pré-moldados;

- Falta de cuidado com as vigas impermeabilizadas, o que acarreta em furos que comprometem a estanqueidade;

- O descuido com o nível do contrapiso, que em alguns casos tem o arremate acima do nível da viga baldrame impermeabilizada, favorecendo a passagem da umidade do contra piso para parede sem passar pela viga;
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Erro na impermeabilização do alicerce

 

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Impermeabilização somente nas laterais da viga

 

 

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  Produto ineficiente usado para impermeabilização

 

 

Fonte - http://www.ibisp.org.br/?pagid=vrevista_obra&id=16

Qual a diferença entre o baldrame e a sapata?



O baldrame é o tipo mais comum de fundação. Constitui-se de uma viga, que pode ser de alvenaria, de concreto simples ou armado construída diretamente no solo, dentro de uma pequena vala. É mais empregada em casos de cargas leves como residência construídas sobre solo firme. O alicerce é a base que sustenta a casa, dá solidez e transmite para o terreno toda carga (pêso) da casa (paredes, lajes, telhados,etc.). Um alicerce bem feito evita o surgimento de trincas nas paredes, evita o surgimento de umidade na parte de baixo das paredes.




A sapata é preferida onde o baldrame não é recomendado, quer pelo peso do prédio ou pela baixa resistência do solo. A sapata é um bloco de concreto armado construído diretamente sobre o solo dentro de uma escavação. Isto acontece quando o peso da casa é grande (como em sobrados) ou quando a casa é construída em terrenos fracos. Neste caso deverá ser adotada a sapata como fundação. A sapata pode ser do tipo SAPATA CORRIDA ou SAPATA SIMPLES.




A sapata corrida é contínua, isto é, percorre todo o comprimento da parede. A vantagem no custo da sapata corrida é que ela pode ser confeccionada em alvenaria e não necessita de vigas e pilares para a sustenção do peso da parede e do telhado, porém vale ressaltar que a alvenaria deve ser toda com tijolo maciço, com amarrações entre as paredes em “L” e “T”, com forro de gesso, estuque ou lambril, em caso de vãos pequenos podendo até utilizar laje pré.






A desvantagem no custo da sapata simples em comparação a sapata corrida, é que ela necessita de baldrames, vigas e pilares (colunas) para fazer a distribuição e a concentração do peso das paredes, laje e telhado, porem é o tipo de fundação que proporciona maior resistência em casos de moradias com mais de um pavimento (sobrados).







segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Norma de Desenho Arquitetônico

Complemetando os dois últimos posts, neste link vocês vão encontrar a Norma de Desenho Arquitetônico: o tamanho das folhas, das penas, margens, ampliações, cópias, todo explicado e com exemplos.

Link - http://www.belasartes.br/chocolatedigital/wp-content/uploads/2010/04/norma-de-desenho-BA.pdf

Prof. Anderson Ferreira

DESENHO DE ARQUITETURA PARTE 2

Continuação...

4. LETRAS DE MÃO

4.1. Uso
Na década de 60, quando os desenhos de arquitetura passaram a ser feitos a lápis em papel "Albanene", foi introduzida nas normas de desenho dos escritórios de arquitetura do Rio de Janeiro, inicialmente pelo escritório de Henrique Mindlin, um tipo de "letra de mão", que praticamente aposentou os normógrafos. Ela se difundiu por todos os demais e passou a ser chamada de "Letra de Arquiteto". O domínio dessa "letra" era um pré-requisito para o estudante de arquitetura que queria estagiar nos escritórios. É composta por caracteres próprios, que apresentam pequenas inclinações em elementos que os compõem, determinando assim a sua personalidade. São utilizadas na transmissão das informações contidas nos desenhos, sob forma de textos ou números. Normalmente elas aparecem nos desenhos, entre "linhas guia", em três dimensões: 2mm (dois milímetros) para locais onde o espaço para a escrita seja bastante restrito; 3mm (três milímetros) a mais utilizada; e 5mm para títulos, designações ou qualquer outro texto ou número que necessite de destaque. São representadas sempre em "caixa alta" (letras maiúsculas), como veremos abaixo. No "AUTOCAD", a fonte que possui características semelhantes é a "CITYBLUEPRINT".

4.2. Os elementos
As letras e o
s números:

 
4.3. Exemplos


4. 4. Exercício de "Letra de mão à lápis"
Mídia: papel manteiga, formato "A4" (21X29,7cm);
Apresentação: prancha emoldurada por margem de 1cm, sentido vertical;
Áreas de trabalho: trecho interno entre margens, dividido verticalmente em três partes iguais;
Técnica:
- no terço superior, entre linhas guia de 2mm, afastadas entre si 2mm, preencher sequencialmente com letras e números de 2mm;
- no terço médio, entre linhas guia de 3mm, afastadas entre si 2mm, preencher sequencialmente com letras e números de 3mm; e
- no terço inferior, entre linhas guia de 5mm, afastadas entre si 2mm, preencher sequencialmente com letras e números de 5mm.

5. PLANTAS, CORTES E ELEVAÇÕES

5.1. Uso
Como já vimos anteriormente, diversos documentos compõem um Projeto de Arquitetura, entre eles as plantas, os cortes e as elevações ou fachadas. Neles encontramos informações sob forma de desenhos, que são fundamentais para a perfeita compreensão de um volume criado com suas compartimentações. Nas plantas, visualizamos o que acontece nos planos horizontais, enquanto nos cortes e elevações o que acontece nos planos verticais. Assim, com o cruzamento das informações contidas nesses documentos, o volume poderá ser construído. Para isso, devemos neles encontrar indicadas as dimensões, designações, áreas, pés direitos, níveis etc. As linhas devem estar bem diferenciadas, em função de suas propriedades (linhas em corte ou vista) e os textos claros e corretos.


5. 2. Os elementos
Planta Baixa - onde são indicadas as dimensões horizontais. Este desenho é basicamente voltado para a execução. Contém todos os elementos de projeto fundamentais para a obra. É o resultado da interseção de um plano horizontal com o volume arquitetônico. Consideramos para efeito de desenho, que este plano encontra-se a 1,50m de altura do piso do pavimento que está sendo desenhado, e o sentido de observação é sempre em direção ao piso (de cima para baixo). Então, tudo que é cortado por este plano deve ser desenhado com linhas fortes (grossas e escuras) e o que está abaixo deve ser desenhado em vista, com linhas médias (finas e escuras). Sempre considerando a diferença de níveis existentes, o que provoca uma diferenciação entre as linhas médias que representam os desníveis. Assim, a linha da soleira é mais fina que as do peitoril. Normalmente esses desenhos são identificados como: Planta baixa do primeiro pavimento, Planta baixa da cozinha, Planta baixa do hall dos elevadores, etc. Plantas Estes desenhos não necessáriamente são voltados para a obra. Quando desenhamos uma planta, o plano horizontal não precisa estar a 1,50m do piso como na planta baixa. No caso de uma planta de situação por exemplo consideramos como se estivessemos fazendo o desenho de uma vista aérea do terreno onde se encontra um prédio, assim podemos indicar o seu posicionamento. Uma planta de paginação de piso representa uma vista aérea do trecho da edificação que receberá determinado acabamento de piso (cerâmica, pedra, etc), assim mostraremos seu arranjo. Numa planta de cobertura, a vista aérea de um telhado, e assim por diante. As linhas deverão estar sempre caracterizadas.
Cortes - onde são indicadas as dimensões verticais. Pode ser Geral ou Parcial. Neles encontramos o resultado da interseção do plano vertical com o volume. A posição do plano de corte depende do interesse de visualização. Recomendamos sempre passa-lo pelas áreas molhadas (banheiro e cozinha), pelas escadas e poço dos elevadores. Podem sofrer desvios, sempre dentro do mesmo compartimento, para possibilitar a apresentação de informações mais pertinentes. Podem ser Transversais (plano de corte na menor dimensão do prédio) ou Longitudinais (na maior dimensão). O sentido de observação depende do interesse de visualização. Os cortes devem sempre estar indicados nas plantas para possibilitar sua visualização e interpretação.
Elevações ou Fachadas - podem aparecer dimensões verticais e horizontais. É o desenho das projeções verticais e horizontais das arestas visíveis do volume projetado, sobre um plano vertical, localizado fora do elemento arquitetônico. Nelas aparecem os vãos de janelas, portas, elementos de fachada, telhados assim como todos os outros visíveis de fora da edificação.


5.3. Outros
As perspectivas e as maquetes são também de extrema importância para a visualização e compreensão de um projeto arquitetônico. Nelas temos a visualização da terceira dimensão, o que não ocorre nas plantas, cortes e fachadas já que são desenhos em 2D.


6. PLANTA HUMANIZADA

6.1. Uso
É o principal desenho voltado para a compreensão do projeto pelo leigo. Normalmente o cliente é desconhecedor da linguagem arquitetônica, portanto sem condições de visualizar perfeitamente as plantas baixas voltadas para a construção. As plantas humanizadas o ajudam a perceber as propostas de arranjos (lay-outs) para os ambientes, e também suas proporções, já que os espaços deverão estar equipados com o máximo de elementos possíveis (camas, cadeiras, mesas, objetos, cortinas, etc.), de forma a facilitar sua compreensão. É importante que ele possa perceber as dimensões dos espaços, o que ocorre quando percebe a escala dos equipamentos colocados no interior. O desenho base, a planta, deverá estar perfeitamente desenhada, com os traços fortes e médios bem caracterizados. É também um desenho que necessita um pouco de arte, já que será necessário desenhar os equipamentos de forma clara e o mais próximo possível do real. "Quando na planta, olharmos para um ambiente que seja um quarto, deveremos ter a leitura perfeita do espaço em função dos equipamentos e mobiliário nele desenhado". Idem para os demais, podendo até chegar ao ponto de desenharmos alguns detalhes como pisos, tapetes, talheres, copos, garrafas, eletro-eletrônicos e elementos de decoração. Estes desenhos, em conjunto com as perspectivas, são também responsáveis pela venda do projeto, já que retratam os espaços projetados.


6.2. Técnicas de desenho
O desenho do mobiliário e demais peças fica a critério de cada arquiteto. Muitos desenham esses elementos com instrumentos (régua e esquadros) outros à mão livre. O importante é que sua visualização seja clara e direta. Procurar sempre definir bem o caráter de cada compartimento, mobiliando com as peças correspondentes e apresentando um lay-out que atenda as necessidades. Os banheiros e cozinhas deverão estar equipados e se possível com os pisos paginados. Os pisos poderão aparecer também nos demais ambientes, caso tenham juntas visíveis. Nos tapetes ou carpetes, juntas são invisíveis, sendo portanto indicado apresentar como representação dessa superfícies as texturas correspondentes. Esses desenhos não precisam de cotas, projeção de beiral e muito menos a indicação dos compartimentos. Podem ser representados também pisos externos e vegetações. Tomar cuidado para não "carregar" muito nas linhas do mobiliário e outros acessórios, que deverão estar desenhadas com linhas médias. As paginações de piso, soleiras ou qualquer outro elemento que esteja no nível do piso não deverão ter muito destaque, apresentando suavemente suas juntas.

6.3. Apresentação
Estes desenhos também podem ser apresentados coloridos, com sombras, padronagens, texturas e etc. Para tanto podem ser usados diversos tipos de mídia. No papel vegetal, o desenho das plantas e equipamentos podem ser feitos à tinta e posteriormente finalizado com bastões de pastel óleo e lápis de cor. Outros papéis texturizados podem ser usados com a aplicação de linhas à tinta e massas de cores e texturas com lápis de cor aquarelado. No computador, o CorelDraw é o programa mais indicado para a realização desses desenhos. A planta pode ser feita no Autocad e importada para o Corel para o tratamento final. A execução do desenho no 3Dstudio é outra técnica um pouco mais trabalhosa, mas que apresenta resultados surpreendentes. Todos os elementos representados em 3D como se fosse uma maquete. Podemos nesse caso simular efeitos de luz e sombra e alterar as texturas e cores da forma que desejarmos. Além disso a base desse desenho também serve para a realização das perspectivas, já que o espaço reduzido está construído. Basta colocar a camera na posição desejada e renderizar. Procure a técnica que mais lhe agrada e libere sua mão e criatividade que com certeza alcançará o objetivo desejado.


7. COTAS

7. 1. Uso
É a forma pela qual passamos nos desenhos, as informações referentes as dimensões de projeto. São normalmente dadas em centímetros. Isso porque nas obras, os operários trabalham com o "metro" (trena dobrável com 2 metros de comprimento), que apresenta as dimensões em centímetros. Assim, para quem executa a obra, usuário do "metro", a visualização e aplicação das dimensões se torna mais clara e direta. Isso não impede que seja utilizada outra unidade. Normalmente, para desenhos de alguns detalhes, quando a execução requer rigorosa precisão, as dimensões podem ser dadas em milímetros. Na hora de cotar, deve-se ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho, duas unidades diferentes, centímetros e metros por exemplo. As áreas podem e devem ser dadas em metros. Assim, procurar sempre informar através de uma "nota de desenho" as unidades utilizadas, como por exemplo: "cotas dadas em centímetros" e "áreas em metros". As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, etc.. A ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa, e na dificuldade de saná-las, normalmente o responsável pela obra, extrai do desenho, a informação, medindo com o metro, a distância desejada. Portanto, como já alertamos anteriormente, não são indicadas, para os desenhos de projetos executivos, as escalas de 1:25, 1:75, 1:125.


7. 2. Técnicas de desenho
As cotas, sempre que possível devem estar margeando os desenhos, ou seja, fora do limite das linhas principais de uma planta, corte, ou qualquer outro desenho. Isso não impede que algumas cotas sejam dadas no interior, mas deve-se evitar, a fim de não dificultar a leitura das informações. Na sua representação, são utilizadas linhas médias para traçado das "linhas de cota" - que determina o comprimento do trecho a ser cotado; "linhas de chamada" - que indicam as referências das medidas; e o "tick" - que determina os limites dos trechos a serem dimensionados. Nos desenhos, a linha de cota, normalmente dista 1cm (1/1) da linha externa mais próxima do desenho. Quando isso não for possível admite-se que esteja mais próxima ou mais distante, conforme o caso. As linhas de chamada devem partir de um ponto próximo ao local a ser cotado (mas sem tocar), cruzar a linha de cota e se estender até um pouco mais além desta. O tick, sempre a 45 graus à direita, cruza a interseção entre a linha de cota e de chamada. Este deve ter um traçado mais destacado, através de uma linha mais grossa, para facilitar a visualização do trecho cotado. Podem ser utilizados outros tipos de representação que não seja o tick, contudo consideramos este como o mais indicado. O texto deve estar sempre acima da linha de cota, sempre que possível no meio do trecho cotado e afastado 2mm da linha de cota. Caracteres com 3mm de altura.

7.3. Apresentação

 


DESENHO DE ARQUITETURA PARTE 1

Planta Baixa 1o. Pavimento
1. ESCALAS

1.1. Uso
Através do Desenho Arquitetônico o arquiteto ou o desenhista gera os documentos necessários para as construções. Esses são reproduzidos em "pranchas", isto é, folhas de papel com dimensões padronizadas, por norma técnica, onde o espaço utilizável é delimitado por linhas chamadas de margens. Uma prancha "A4", por exemplo, tem 21cm de largura por 29,7cm de altura e espaço utilizável de 17,5 cm de largura por 27,7 cm de altura. Desta forma se tivermos que desenhar a planta, o corte e a fachada de uma edificação, nesta prancha, estes deverão estar em ESCALA. As escalas são encontradas em réguas próprias, chamadas de escalímetros. Como este é um projeto pequeno, como tudo indica, em função do tamanho de prancha escolhida, podemos desenhar na escala de 1:100 (ou 1/100). Isso significa que o desenho estará 100 vezes menor que a verdadeira dimensão (VG). Então, se estamos desenhando uma porta de nosso projeto, com 1 metro de largura (VG), ela aparecerá no desenho, em escala, com 1 cm de comprimento. Se escolhermos 1:50 (ou 1/50) o desenho será 50 vezes menor, e assim por diante. Como podemos observar, o tamanho do desenho produzido é inversamente proporcional ao valor da escala. Por exemplo: um desenho produzido na escala de 1:50 é maior do que ele na escala de 1:200.



1.2. A utilização das escalas
Um dos fatores que determina a escala de um desenho é a necessidade de detalhe da informação. Normalmente, na etapa de projeto executivo, quando os elementos da construção estão sendo desenhados para serem executados, como por exemplo as esquadrias (portas, janelas, etc), normalmente as desenhamos o mais próximo possível do tamanho real. Há quem goste de desenhar na escala de 1:1. Ou seja no tamanho verdadeiro. Isso facilita a visualização da dimensão real das peças, as vezes de extrema importância para o projetista ou construtor. Outro fator que influencia a escolha da escala é o tamanho do projeto. Prédios muito longos ou grandes extensões urbanizadas em geral são desenhados nas escalas de 1:500 ou 1:1000. Isto visando não fragmentar o projeto, o que quando ocorre dificulta as vezes a sua compreensão.

Planta Baixa 2o. Pavimento




1.3. Escalas recomendadas
· Escala de 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral;
· 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos;
· 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos;
· 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra.
· 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50. Plantas de situação e paisagismo. Também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes;
· 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra;
· 1:200 e 1:250- Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano; · 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia;
· 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e zoneamento.



1.4. Qual a melhor escala?
Com a prática do desenho, a escolha da escala certa se torna um exercício extremamente simples. A medida que a produção dos desenhos acontece, a escolha fica cada vez mais acertada. Só uma dica: um prédio com 100 metros de comprimento (10.000 cm) para ser desenhado na escala de 1:100, precisa de 1 metro (100 cm) de espaço disponível na folha de papel para ser desenhado. Na de 1:50 o dobro. Assim você pode determinar a prancha a ser utilizada.

Corte Longitudinal

2. TRAÇADO

2.1. Uso
O Desenho Arquitetônico é a forma de comunicação do arquiteto. Quando o elaboramos estamos criando um documento. Este contem, na linguagem de desenho, informações técnicas relativas a uma Obra Arquitetônica. Esse desenho segue normas de linguagem que definem a representatividade das retas, curvas, círculos e retângulos, assim como dos diversos outros elementos que nele aparecem. Assim poderão ser perfeitamente lidos pelos outros profissionais envolvidos na construção. Esses desenhos podem ser realizados sobre uma superfície de papel, dentro de pranchas na maioria das vezes em papel manteiga ou vegetal, ou na tela de um micro computador, para posterior reprodução. Até bem pouco tempo, eram executados de forma convencional, sobre pranchetas, com uso de réguas, esquadros, lapiseira, compasso, caneta de nanquim, etc. Hoje são digitalizados através da computação gráfica, em programas de computador específicos, que quando reproduzidos devem ter as mesmas informações contidas nos convencionais. Ou seja, os traços e os demais elementos apresentados deverão transmitir todas as informações necessárias, para a construção do objeto, com a mesma representatividade, nos dois processos. No nosso curso de Desenho de Arquitetura da Bennett, utilizaremos o aprendizado da técnica do desenho convencional, pois acreditamos ser básica e fundamental para a compreensão inicial da linguagem do desenho.

Corte Transversal
 
2.2. As linhas
São os principais elementos do desenho arquitetônico. Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas e etc, determinam as dimensões e informam as características de cada elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho.



2.3. Características das linhas
· Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma graduação no traçado em função do plano onde se encontram. As em primeiro plano serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados menos intensas; · Traço forte - As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas baixas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de corte. No desenho convencional utilizamos a pena 0.6. No desenho a lápis podemos desenha-la com o grafite 0.9, traçando com a lapiseira bem vertical, podendo retraça-la diversas vezes caso necessário; · Traço médio - As finas e escuras representam elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, etc. São indicadas as penas 0.2 e 0.3. A lápis usamos o grafite 0.5, num traço firme, com a lapiseira um pouco inclinada, procurando gira-la em torno de seu eixo, para que o grafite desgaste homogeneamente mantendo a espessura do traço único; · Textos e outros elementos informativos podem ser representados com traços médios, pena 0.3. Títulos ou informações que precisem de destaque poderão aparecer com traço forte. · Nas paginações de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras, etc), as juntas são representadas por linhas finas. Utilizamos normalmente as penas 0.2 ou 0.1, traço muito fino e escuro.

Fachada Lateral
 
2.4. O melhor desenho
Sempre que possível o desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e carimbo com as informações necessárias. Deve estar limpo e sem rasuras. Conter traços homogêneos, com espessuras diferenciadas que identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Textos com caracteres claros que não gerem dúvidas ou dupla interpretação. Dimensões e demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita execução da obra. Sempre que possível seguir uma norma de desenho estabelecida, muito utilizadas nos escritórios de arquitetura. Para quem está iniciando parece difícil mas com a prática se torna um prazer.


Fachada Principal
3. DESENHO A MÃO LIVRE

3.1. Uso
Técnica de extrema importância para o Arquiteto, o Desenho Arquitetônico a mão livre é fundamental em determinadas ocasiões. Muitas vezes somos obrigados a criar ou complementar desenhos sem o suporte do equipamento. Principalmente na obra quando o projeto está sendo executado, a não interrupção da mesma, exige que muitos desenhos sejam alterados no local, não dando tempo de revê-los no escritório. Quantas vezes temos que desenhar nas paredes para podermos explicar, aos técnicos do canteiro, determinados detalhes que não estão sendo compreendidos ou não foram executados. Nas apresentações para clientes fatalmente temos que desenhar algo, alguns detalhes e principalmente perspectivas. Muitos arquitetos preferem desenhar plantas, cortes e detalhes a mão para posteriormente serem desenhados definitivamente nas pranchas ou nos computadores.



Perspectiva (Lapis de Cor)
3.2. Técnica
Sobre uma folha de papel, segurar a lapiseira com firmeza e procurar executar o traçado sempre com a mão apoiada, em traço único, firme, em linhas não muito longas. A emenda dos traços podem apresentar um pequeno afastamento, quase imperceptível, entre o fim de uma e o início de outra. Procurar sempre olhar um pouco a frente do trecho que está sendo desenhado e se possível ter uma referência de alinhamento (outra linha próxima, a margem da folha etc). O importante é que as linhas retas sejam realmente retas! Linhas ortogonais podem se cruzar, sem exageros. Evite as chamadas linhas "cabeludas", aquelas que são traçadas diversas vezes com movimentos de vai e vem. Os arcos e círculos são os mais difíceis de serem feitos, mas com a mão bem apoiada, descrever um arco é quase que um movimento natural. Não esqueça de sempre que possível rodar um pouco a lapiseira para que a linha fique homogênea. Outro cuidado importante é, sempre que possível, realizar o desenho de cima para baixo. Ou seja, do desenho mais acima para o mais abaixo da folha. Isso evita que a folha fique suja de grafite, em virtude do manuseio. Em outros casos, dependendo da superfície, é aconselhável o traçado com um lápis ou lapiseira com grafite mais macio. Um 6B talvez. Nessas situações é difícil definir uma técnica, mas procurar ter a mão apoiada é fundamental.

Perspectiva (Bico de Pena)


3.3. Características das linhas
· As linhas devem, sempre que possível, estar caracterizadas. Assim determinam a sua propriedade, facilitando a leitura do desenho; · Linhas fortes, grossas e escuras para trechos em corte; · Linhas médias, finas e escuras para trechos em vista; · Linhas fracas, para ajudar na construção; · Textos com letras claras e bem traçadas; e · Sempre que possível entre margens e com carimbo.



3. 4. Aprimorando com a prática
Um bom desenho é fator primordial para um bom arquiteto. Assim como a boa letra, as linhas devem fluir com bastante clareza e facilidade. Não devemos ter medo de desenhar. O treino é de extrema importância para o aperfeiçoamento. Sempre que possível devemos desenhar a mão livre pois só assim perderemos a inibição. Esses desenhos, chamados de croquis, as vezes são verdadeiras obras de arte. Portanto não vamos nos restringir a desenhar com instrumentos ou no computador. Muitas vezes conquistamos o cliente com um mero traço que realizamos.


Continua...


FONTE - http://lucariny.sites.uol.com.br/desarqui01.htm

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ensaio do concreto


Antes de executar a estrutura, construtoras contratam laboratórios para testar a resistência do concreto que será usado na obra


Reportagem: Giovanny Gerolla



Fotos: Marcelo ScandaroliA preparação do traço do concreto começa na balança, pesando a proporção de pedra (brita) que será misturada. Depois, as pedras são depositadas na betoneira.




Fotos: Marcelo Scandaroli






Fotos: Marcelo ScandaroliA mesma medição é feita com a água. Na sequência, ela é despejada na betoneira, que faz uma primeira "lavagem" da brita.




Fotos: Marcelo Scandaroli














Enquanto isso, são pesados na balança a areia e o cimento, nas proporções indicadas para o traço do concreto.



Fotos: Marcelo Scandaroli

Primeiro, é despejada a areia e, depois, a proporção já pesada de cimento; a betoneira fica em funcionamento até que a mistura se torne bem homogênea.
Fotos: Marcelo Scandaroli











No piso nivelado e regular, são colocadas as fôrmas cilíndricas de aço para moldagem. Cada fôrma é preenchida até a metade e recebe 12 golpes de bastão padronizado para que a mistura se assente no fundo do molde. Depois, despeja-se a segunda camada de concreto, que recebe mais 12 golpes.

Fotos: Marcelo Scandaroli
Fotos: Marcelo Scandaroli





O acabamento é padronizado e etiquetado, com data e número de série. A mistura descansa sobre o piso por 24 horas.


O próximo passo é armazenar o corpo de prova na câmara úmida - onde ele deverá descansar (curar) sob condições controladas de umidade por sete, 14, 28 ou até mesmo 63 dias, dependendo do pedido do cliente.

Fotos: Marcelo Scandaroli

Passado o tempo de cura estipulado para o ensaio, a peça sai da câmara úmida e vai para a retífica, onde terá suas superfícies de apoio polidas e niveladas.
Fotos: Marcelo Scandaroli


Outra forma de nivelar é com o uso de enxofre quente. O corpo de prova é depositado sobre uma peça cheia de enxofre em estado líquido que, ao esfriar, forma uma capa lisa e regular.
Fotos: Marcelo Scandaroli

Por fim, o corpo de prova é colocado na máquina de compressão axial, para o chamado rompimento - a máquina exerce pressão vertical sobre a peça até que se rompa. Assim, verifica-se a resistência máxima padronizada pelo traço de concreto ensaiado.




Observação: a L.A. Falcão Bauer faz doações de corpos de prova descartados para a execução de muros ou em obras de paisagismo de espaços públicos.


Fotos: Marcelo Scandaroli


Apoio técnico e agradecimentos: Maurício Resende, gerente de laboratórios de construção civil; Ezio Passos, controlador tecnológico; e José Peixoto, tecnologista de concreto, todos da L. A. Falcão Bauer.

Fonte - http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/41/ensaio-do-concreto-antes-de-executar-a-estrutura-construtoras-239496-1.aspx