segunda-feira, 15 de junho de 2015

Paredes Moldadas In-Loco

1No inicio do século passado,  Thomas Edison já idealizava um processo de construção  mais racional, utilizando paredes pré-moldadas, fundidas no próprio  canteiro de obras na posição horizontal, para depois serem  erguidas para a posição definitiva na vertical.Em 1910,  uma igreja foi a primeira construção a ser erguida nos Estados  Unidos seguindo essa ideia. A partir da década de 40, este  processo passou a ser o preferido dos norte-americanos, por reduzir significativamente os custos e prazos de conclusão  da obra.
 
Aqui no Brasil, a construção industrializada de paredes e lajes  de concreto moldados in loco só começou a ser estudada e desenvolvida  a partir da década de 90.Atualmente, as principais empresas que oferecem  esse sistema são a Bilden, Inpar e Sergus.
 
Com algumas variações na sistemática de produção,  o processo tem como base o conceito de construção industrializada,  tendência mundial que vem ocupando cada vez mais espaço na cadeia  de construtiva brasileira. O objetivo é oferecer custos reduzidos sem  prejuízo da qualidade, segurança na construção,  diminuição da necessidade de mão-de-obra, eliminação  das patologias da alvenaria e redução nos prazos de entrega  de obras.
 
PAREDES PERMITEM QUALQUER PROJETO DE ARQUITETURA  
 
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A Bilden Tecnologia em Processos Construtivos é  uma das empresas que se especializaram em construções baseadas  no sistema de paredes autoportantes pré-moldadas no próprio  canteiro de obras.Segundo Sérgio Coelho, presidente da Bilden, “a  pré-moldagem in loco é comprovadamente mais econômica  do que a alvenaria convencional, os pré-fabricados ou a estrutura metálica”.
 
O sistema utilizado pela Bilden consiste, basicamente, na utilização  de paredes com painéis arquitetônicos, autoportantes, pré-moldados  em concreto armado, em grandes dimensões (40 a 70 m²), fundidos  no próprio canteiro na posição horizontal, sobre piso  de alta planicidade, previamente executado e nivelado a laser.Após  atingirem a resistência necessária, os painéis são  erguidos para a posição definitiva, na vertical, com o auxilio  de guindastes apropriados.
Uma das vantagens desse sistema é que permite a realização  de projetos de qualquer tamanho, com ofrmas regulares ou irregulares, e ampla  variedade de tratamentos decorativos. 
 
”Este é o processo executivo de qualquer projeto de arquitetura.Não  restringimos a criatividade do arquiteto e viabilizamos o projeto com maior  rapidez, utilizando concreto de 25 a 30 MPa com slump entre 10 e 12”,  comenta Sérgio Coelho.
 

CONSTRUÇÃO POPULAR  COM QUALIDADE E RAPIDEZ
  
Visando oferecer ao mercado um sistema que viabilizasse  a construção de edifícios voltado para o público  de menor poder aquisitivo, sem que houvesse a perda de desempenho e qualidade  , a InPar desenvolveu, depois de anos de estudos e visitas a diversos países,  o “Projeto Viver” . O Projeto consiste em um sistema de construção  baseado na utilização de paredes in loco, lajes planas nervuradas  com fôrmas plásticas, esquadrias de PVC e instalações  acessíveis em shafts e entre forros.
 
A parede é concretada em gabaritos, que , posteriormente, são  substituídas por caixilhos, parafusados e colados com silicone estrutural.
 
Na avaliação do eng. Nelson Faversani Junior, gerente de obras  da InPar, esse sistema permite uma significativa redução nos  prazos para conclusão da obra,resultando em considerável economia  no custo final do empreendimento.As paredes de concreto moldadas in loco também  são bastante eficientes em termos de isolamento térmico e acústico,  alem de eliminar problemas sérios de patologias de alvenaria.
 
A definição das características do concreto também  foi fundamental para o “Projeto Viver”.”A princípio,  achamos que seria necessário usar um concreto altamente plástico.Quando  visitamos as obras que estavam sendo desenvolvidas na Itália e Israel,  vimos que elas utilizavam concretos com slump 8. Após muitas pesquisas  , chegamos ao traço que adotamos hoje, de slump 12 com pedra 1. Mas  o fundamental para o nosso empreendimento é contar com concreto dosado  em central de excelente qualidade”, explica o eng. Faversani. A especificação  do fck é 20 MPa, com atenção especial para a composição  dos agregados e a proporção entre areia e brita.
 

EDIFÍCIO DE 13 PAVIMENTOS EM 26 DIAS ÚTEIS

Já a construtora Sergus desenvolveu um sistema  de que esta viabilizando a construção de edifícios,com  alta qualidade e alta produtividade , cuja tecnologia consiste em paredes  e lajes estruturais de concreto armado moldadas no local com o uso de fôrmas  tipo túnel.Para os pavimentos-tipo a espessura mínima das paredes  é de 12 cm e das lajes é de 8 cm.
 
Na avaliação do eng. Adalberto Magina, coordenador de qualidade  da Sergus, esse sistema permite a racionalização da construção,  em função de ciclos diários de montagem e desmontagem  das fôrmas metálicas.”Com isso, conseguimos uma rapidez  significativa na execução do edifício , pois produzimos  dois apartamentos por ciclo de operação. Considerando-se quatro  apartamentos por pavimento, as paredes e lajes são concluídas  em aproximadamente 26 dias úteis para um edifício de 13 pavimentos”.
 
O objetivo de agilizar a construção mantendo-se a qualidade  do empreendimento leva a uma natural preocupação com as características  do concreto utilizado. “Para viabilizar este tipo de sistema construtivo,  o concreto tem de ser de excelente qualidade, com alta resistência inicial,  já que temos sempre que desenformar concretagem no dia seguinte”,  analisa Adalberto. “Por este motivo, as próprias empresas prestadoras  de serviços de concretagem fizeram parceria conosco,contribuindo para  garantir a qualidade de nossos produtos”. O concreto empregado neste  caso é de 25 MPa, com slump 18.
 
O sistema construtivo utilizado pela Sergus foi avaliado pelo IPT no que diz  respeito as condições técnicas de produção,  controle da qualidade e desempenho estrutural, acústico, térmico,  estanqueidade à água, durabilidade e segurança ao fogo,  tendo sido considerado adequado às condições de uso,  conforme Referencia Técnica RT IPT n°11, de junho de 2000.
 
Créditos: Jornal Tecnologia do concreto armado  N. 13


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