Impermeabilização x Fundação
Todos nós sabemos a importância que água tem na nossa vida, mas quando se trata de estruturas e de edifícios, a água pode ser muito danosa quando em contato com locais onde não deveriam. Um bom exemplo são as fundações, que caso não tenham a correta impermeabilização podem apresentar vários problemas, desde danos na pintura até sérias complicações respiratórias.
Os alicerces, vigas baldrames ficam expostas a constante umidade do solo, tal umidade pode variar de local para outro em função de vários fatores. Caso tais vigas não tenham a correta impermeabilização pode ocorrer o fenômeno da umidade ascendente, que é a ascensão da água pelos capilares existentes no concreto, argamassa e alvenaria. Desta forma a água em contato com a viga baldrame sobe pelo concreto e alvenaria podendo atingir alturas de até 1,50 m.
É importante especificar um sistema impermeabilizante de comprovada eficiência, e se atentar para os detalhes de aplicação.
Dentre os sistemas impermeabilizantes mais utilizados em fundações podemos destacar as argamassas poliméricas, mantas asfálticas aplicadas a frio ou a quente, emulsões acrílicas, emulsões asfálticas, soluções asfálticas, cristalizantes e etc.
Qualquer um dos sistemas mencionados acima passa por etapas básicas.
Danos causados pela umidade no rodapé
Escolha do sistema impermeabilizante
Determinante no sucesso da impermeabilização é a escolha correta do sistema a ser utilizado. Podemos dividir todos os sistemas impermeabilizantes em flexíveis e rígidos, desta forma optando por um sistema rígido a fundação não poderá possuir deformações que acarretem o aparecimento de fissuras no impermeabilizante e conseqüente abertura para passagem dos fluídos. Já os sistemas flexíveis suportam maiores deformações sem o aparecimento de fissuras. Outro ponto a ser observado são as condições da obra, ou seja, para escolha do sistema de manta asfáltica aplicado a quente é necessário a existência de mão de obra especializada o que talvez não seja possível, entretanto este sistema apresenta uma grande velocidade na execução, item que pode ser fundamental na escolha.
Preparação da superfície
Antes de receber o sistema impermeabilizante a superfície deve ser preparada, ou seja, estar limpa, sem partes soltas, isenta de óleos, isenta de desformantes, seca, regularizada e etc. Regularizar a superfície significa deixá-la uniforme, ausente de falhas de concretagem, sem a presença de quinas vivas, sem juntas de alvenaria com ausência de argamassa. A regularização deve ser executada com argamassa de areia, cimento e aditivos em traço compatível com as condições de aplicação.
Para produtos de base asfáltica como mantas, emulsões e soluções antes da aplicação é necessário a imprimação da superfície. O mercado oferece primers a base d’água e base de solvente, ambos devem possuir a mesma eficiência na promoção da aderência. Um erro muito comum encontrado nesta etapa é a utilização do primer como impermeabilização definitiva.
Regularização do embasamento
Aplicação
Após a preparação da superfície se inicia a aplicação propriamente dita. Cada sistema apresenta formas específicas de aplicação, basicamente podemos dividir em pré-moldados e moldados in loco.
Os sistemas moldados in loco são aplicados na forma de pintura, nesta etapa deve-se levar ao pé da letra a recomendação do fabricante. Por exemplo, caso o fabricante recomende 3 kg/m² deve ser respeitado o consumo, independente do numero de demãos. Na obra se fala muito em número de demãos o que pode levar a um erro de aplicação, pois, 3 demãos não significam necessariamente 3 kg/m². Outro ponto a se observar é o tempo de secagem entre as demãos, alguns produtos exigem a cura completa entre uma demão e outra, ao passo que alguns é exatamente o contrário, não se deve esperar a cura. No caso de produtos a base de cimento é necessário realizar a cura úmida com intuito de evitar fissuras.
Os sistemas pré-moldados podem ser aderidos a quente, aderidos a frio, ou simplesmente dispostos sobre as vigas baldrames. A vantagem de tal sistema é a espessura constante, não ficando atrelada a um controle rigoroso do consumo de produto, bem como a velocidade de execução, pois, independe de secagem. A impermeabilização deve envolver a viga baldrame de forma não permitir a ascensão da umidade.
Depois de concluída a aplicação pode-se iniciar a alvenaria, tomando os devidos cuidados com o trânsito de pessoas e equipamento sobre as vigas impermeabilizadas. Após tanto cuidado não é desejável que a impermeabilização seja rompida por mero descuido.
Cura úmida para produtos a base de cimento
Movimentação da terra antes da impermeabilização
Detalhe do cuidado com a impermeabilização
Correção do problema já instalado
Todos os sistemas descritos acima podem ser utilizados na fase da construção, ou seja, quando ainda não se iniciou a alvenaria, é uma impermeabilização preventiva.
Entretanto no caso de já existir a patologia, o tratamento se restringe a alguns sistemas impermeabilizantes, que suportem a pressão que atua atrás do sistema (pressões negativas). Alguns sistemas utilizados são as argamassas poliméricas, cristalizantes, etc. Esta solução pode não ser suficiente, pois como a água ficará atrás do impermeabilizante ela poderá “correr” para outra parede que não apresentava o problema, ou então subir um pouco mais do que o impermeabilizante danificando a parede.
Para a correção deve-se remover todo o revestimento danificado pelo menos meio metro acima do local máximo aonde a umidade chegou, preparar a superfície e aplicar o sistema resistente a pressão negativa. Em algumas situações como a de tijolos maciços é possível utilizar cristalizantes injetados na própria alvenaria através de furos.
Assim fica óbvio que o custo menor é o da impermeabilização preventiva.
Patologia instalada Remoção do reboco danificado
Regularização Impermeabilização
Acabamento concluído
Erros comuns
Durante a impermeabilização das fundações os erros mais comuns são:
- Escolha do sistema inadequado;
- Falha na preparação da superfície;
- A inobservância das instruções do fabricante no momento de preparação do produto como adicionar água sem necessidade, não homogeneizar adequadamente, não seguir a proporção adequada dos produtos constituintes e etc;
- A falsa idéia que o impermeabilizante é uma pintura, sem preocupação com a espessura;
- Consumos muito abaixo da recomendação do fabricante.
- Tempos de cura em desacordo com as instruções do produto;
- Falhas nas emendas dos sistemas pré-moldados;
- Falta de cuidado com as vigas impermeabilizadas, o que acarreta em furos que comprometem a estanqueidade;
- O descuido com o nível do contrapiso, que em alguns casos tem o arremate acima do nível da viga baldrame impermeabilizada, favorecendo a passagem da umidade do contra piso para parede sem passar pela viga;
Erro na impermeabilização do alicerce
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