Indicado para recuperação e nivelamento de bases de concreto, o sistema de contrapiso autonivelante foi desenvolvido na Europa na década de 1980. No Brasil, as primeiras utilizações do produto datam de 1990. Atualmente, empreendimentos comerciais, industriais e projetos de equipamentos urbanos - como o estádio do Maracanã - estão utilizando a solução. Mas apesar de seu uso em obras expressivas, o desconhecimento da tecnologia ainda é o maior fator impeditivo para a análise criteriosa do seu custo - benefício, o que tem freado a disseminação em larga escala.
Figura 1 - Contrapiso autonivelante aplicado
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Tecnologia autonivelante
O contrapiso autonivelante ( figura 1) é um sistema composto por uma argamassa à base de cimento de alto desempenho, autoadensável, autonivelante, bombeável monocomponente e bastante fluida, de fácil aplicação. Em pisos de áreas internas e externas de tráfego moderado, cria uma superfície lisa, plana e de acabamento fino. Pode ser usado com sucesso para reabilitar, regularizar e nivelar contrapisos novos e antigos, desde que seja corretamente especificado e aplicado para essas finalidades. Particularmente, apresenta ótimos resultados em situações em que há alta exigência de planimetria, como garagens, estacionamentos, pátios e pisos industriais.
O contrapiso autonivelante ( figura 1) é um sistema composto por uma argamassa à base de cimento de alto desempenho, autoadensável, autonivelante, bombeável monocomponente e bastante fluida, de fácil aplicação. Em pisos de áreas internas e externas de tráfego moderado, cria uma superfície lisa, plana e de acabamento fino. Pode ser usado com sucesso para reabilitar, regularizar e nivelar contrapisos novos e antigos, desde que seja corretamente especificado e aplicado para essas finalidades. Particularmente, apresenta ótimos resultados em situações em que há alta exigência de planimetria, como garagens, estacionamentos, pátios e pisos industriais.
A alta produtividade na aplicação, a liberação rápida para a execução de outros serviços ou para o uso do ambiente (24 horas, contra os 14 dias necessários para cura dos pisos cimentícios convencionais), a qualidade e o desempenho são os principais diferenciais do contrapiso autonivelante. Por apresentar alta fluidez, o produto é autoadensável e autonivelante, características que permitem seu espalhamento natural, dispensando grandes esforços físicos ou procedimentos mais complexos para a sua aplicação e, consequentemente, necessidade de alta capacitação dos operários. O seu uso, no entanto, é contraindicado em áreas de aclives ou declives e sobre solo com umidade ascendente (recomenda-se realizar impermeabilização prévia da base). A aplicação também deve ser evitada em ambientes expostos a agentes químicos e em contato com óleos e graxas, sob pena de ocorrer queda de resistência, desagregações, fissuras e manchamentos.
Produtividade
Sua aplicação mecanizada, por meio de misturadora e bomba, proporciona alta produtividade com redução expressiva do tempo de execução do piso e, por sua vez, do cronograma de obra. Somado ao tempo de preparo da base - em geral, serviço executado em 2,5 dias -, a produtividade média por ciclo chega a 800 m²/ dia. Vale ressaltar que as condições da base e do ambiente e a espessura final requerida no projeto influenciam diretamente na produtividade. Quanto menor a espessura, maior será a produtividade: um piso com espessura de 1,0 cm pode apresentar uma produtividade potencial de 2.000 m²/dia (sem contar o tempo de preparo da base). Outros fatores decisivos nessa análise serão a liberação de frentes de trabalho (o que exigirá planejamento da obra para que a produção seja potencializada, evitando paradas no processo), e a disposição das juntas na base, dos elementos construtivos (tais como pilares) e dos equipamentos pesados existentes no local que receberá a aplicação.
Sua aplicação mecanizada, por meio de misturadora e bomba, proporciona alta produtividade com redução expressiva do tempo de execução do piso e, por sua vez, do cronograma de obra. Somado ao tempo de preparo da base - em geral, serviço executado em 2,5 dias -, a produtividade média por ciclo chega a 800 m²/ dia. Vale ressaltar que as condições da base e do ambiente e a espessura final requerida no projeto influenciam diretamente na produtividade. Quanto menor a espessura, maior será a produtividade: um piso com espessura de 1,0 cm pode apresentar uma produtividade potencial de 2.000 m²/dia (sem contar o tempo de preparo da base). Outros fatores decisivos nessa análise serão a liberação de frentes de trabalho (o que exigirá planejamento da obra para que a produção seja potencializada, evitando paradas no processo), e a disposição das juntas na base, dos elementos construtivos (tais como pilares) e dos equipamentos pesados existentes no local que receberá a aplicação.
O número de trabalhadores estimados para a execução dos serviços, em geral, é de quatro a cinco operários em média por frente de trabalho: dois ajudantes envolvidos nas tarefas de mistura do produto e de dois a três nas etapas de preparo da base, aplicação e acabamento.
Figura 2 - Ferramentas e EPIs necessários: óculos, capacete, protetor auricular, luvas, máscara, vassoura de pelo, rastelo, fita de polietileno expandido, demarcador, broxa e sapatilha de prego
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Características técnicas
O contrapiso autonivelante industrial apresenta as seguintes propriedades:
● Resistência ao arrancamento: > 1,0 MPa;
● Resistência à flexão aos 28 dias: 7,5 MPa (EN 13.892);
● Resistência à compressão aos 28 dias: 29 MPa (EN 13.892);
● Resistência à abrasão: 5 RWA 10 (EN 13892);
● Tempo em aberto da mistura (20°C): 15 a 20 minutos.
O contrapiso autonivelante industrial apresenta as seguintes propriedades:
● Resistência ao arrancamento: > 1,0 MPa;
● Resistência à flexão aos 28 dias: 7,5 MPa (EN 13.892);
● Resistência à compressão aos 28 dias: 29 MPa (EN 13.892);
● Resistência à abrasão: 5 RWA 10 (EN 13892);
● Tempo em aberto da mistura (20°C): 15 a 20 minutos.
Composição
O sistema é composto por:
● Camada seladora - tem a função de vedar todos os poros da base, potencializando a aderência do produto;
● Camada regularizadora - contrapiso autonivelante à base de cimento (com função de regularizar e nivelar) de espessura variável em função do desnível da base.
O sistema é composto por:
● Camada seladora - tem a função de vedar todos os poros da base, potencializando a aderência do produto;
● Camada regularizadora - contrapiso autonivelante à base de cimento (com função de regularizar e nivelar) de espessura variável em função do desnível da base.
Para o bom desempenho, no entanto, o sistema deverá atender prioritariamente aos requisitos de resistência à compressão, à flexão e superficial (abrasiva), aderência à base, nivelamento, planicidade e acabamento compatível com os revestimentos finais previstos em projeto.
Projeto
Antes de executar o serviço, é altamente recomendável conhecer todos os detalhes do projeto e realizar uma vistoria prévia no local para uma análise técnica da base, avaliando todos os detalhes que possam influenciar no comportamento do piso, tais como:
● Área do piso;
● Espessura mínima e máxima da camada que será aplicada sobre o piso;
● Disposição das juntas de dilatação;
● Disposição de pilares;
● Condições da base (no caso de pisos antigos, é fundamental avaliar se a superfície está íntegra, sem fragmentação, resíduos, revestimentos, manchas de óleo ou presença de elementos químicos);
● Uso destinado ao piso (identificar cargas pontuais, trânsito de veículos pesados e exposição a agentes químicos);
● Tipo de fechamento e cobertura (exposição a sol, vento e chuva).
Antes de executar o serviço, é altamente recomendável conhecer todos os detalhes do projeto e realizar uma vistoria prévia no local para uma análise técnica da base, avaliando todos os detalhes que possam influenciar no comportamento do piso, tais como:
● Área do piso;
● Espessura mínima e máxima da camada que será aplicada sobre o piso;
● Disposição das juntas de dilatação;
● Disposição de pilares;
● Condições da base (no caso de pisos antigos, é fundamental avaliar se a superfície está íntegra, sem fragmentação, resíduos, revestimentos, manchas de óleo ou presença de elementos químicos);
● Uso destinado ao piso (identificar cargas pontuais, trânsito de veículos pesados e exposição a agentes químicos);
● Tipo de fechamento e cobertura (exposição a sol, vento e chuva).
Normas técnicas
Ainda não há normas técnicas brasileiras que regulamentam o contrapiso à base de cimento, portanto, as normas referenciais são as europeias:
● EN 13.892-2:2002 Methods of Test for Screed Materials. Determination of Flexural and Compressive Strength (resistência à compressão e à flexão);
● EN 13.454-2:2003 Binders, Composite Binders and Factory Made Mixtures or Floor Screeds Based on Calcium Sulfate. Test Methods (nível de retração);
● EN 13.501-1:2007 Fire Classification of Construction Products and Building Elements. Classification Using Test Data from Reaction to Fire Tests (resistência ao fogo);
● EN 13.892-4:2002 Methods of Test for Screed Materials. Determination of Wear Resistance-BCA (resistência à abrasão).
Ainda não há normas técnicas brasileiras que regulamentam o contrapiso à base de cimento, portanto, as normas referenciais são as europeias:
● EN 13.892-2:2002 Methods of Test for Screed Materials. Determination of Flexural and Compressive Strength (resistência à compressão e à flexão);
● EN 13.454-2:2003 Binders, Composite Binders and Factory Made Mixtures or Floor Screeds Based on Calcium Sulfate. Test Methods (nível de retração);
● EN 13.501-1:2007 Fire Classification of Construction Products and Building Elements. Classification Using Test Data from Reaction to Fire Tests (resistência ao fogo);
● EN 13.892-4:2002 Methods of Test for Screed Materials. Determination of Wear Resistance-BCA (resistência à abrasão).
Figura 3 - Fresadora | Figura 4 - Aspirador de pó industrial | Figura 5 - Misturadora mecânica e bomba |
Testes e ensaios
Os testes de qualidade são realizados por lote de produto considerando os seguintes ensaios: resistência à compressão, à flexão, superficial e retração. Na obra, antes da aplicação do produto, deve-se realizar o ensaio de fluidez (flow test), de forma a assegurar a fluidez ótima na aplicação.
Os testes de qualidade são realizados por lote de produto considerando os seguintes ensaios: resistência à compressão, à flexão, superficial e retração. Na obra, antes da aplicação do produto, deve-se realizar o ensaio de fluidez (flow test), de forma a assegurar a fluidez ótima na aplicação.
Detalhes do processo executivo
O aplicador deverá utilizar as ferramentas e os EPIs indicados na figura 2. O uso da fresadora (figura 3) é indicado quando as condições do substrato para aplicação do produto forem impróprias, situação comum em bases antigas ou até mesmo novas (quando mal- executadas). Com o equipamento, é possível fazer a retirada da camada superficial da base atingindo uma camada mais resistente e proporcionar, desse modo, uma melhor ancoragem do contrapiso autonivelante.
O aplicador deverá utilizar as ferramentas e os EPIs indicados na figura 2. O uso da fresadora (figura 3) é indicado quando as condições do substrato para aplicação do produto forem impróprias, situação comum em bases antigas ou até mesmo novas (quando mal- executadas). Com o equipamento, é possível fazer a retirada da camada superficial da base atingindo uma camada mais resistente e proporcionar, desse modo, uma melhor ancoragem do contrapiso autonivelante.
Depois da fresagem, é necessário varrer a base para retirar o excesso de pó gerado no processo. A limpeza mais "fina" deverá ser feita com um aspirador industrial (figura 4).
Utilizar um misturar mecânico e uma bomba acoplada (figura 5), assegurando, respectivamente, maior homogeneidade da mistura e alta produtividade na aplicação.
Figura 6 - Preparo da base | Figura 7 - Fresagem |
Recomenda-se manter uma central única de mistura em um ponto estratégico da obra, preferencialmente em um local com fácil acesso ao recebimento de materiais e à estocagem deles e a uma distância adequada até o ponto de aplicação.
É imprescindível fazer uma vistoria preliminar no local, observando detalhadamente a área de aplicação e verificando pontos necessários para uma recuperação prévia, como necessidade ou não de tratamento de fissuras, de cavidades acentuadas e de fresamento, por exemplo. Antes de iniciar a execução do serviço, é importante verificar se o local apresenta instalações adequadas para a utilização dos equipamentos. Tanto os pontos de elétrica como os de hidráulica devem ser exclusivos para o sistema (que requer alimentação constante devido à alta produtividade) e dimensionados para atender às necessidades dos equipamentos a serem usados.
Se necessário, realiza-se o tratamento prévio de fissuras da base e regularizam- se cavidades acentuadas ( figura 6). Em obras industriais, a etapa de preparo da base deve ser reforçada, assim como o produto que será aplicado, justamente por conta das cargas que serão aplicadas sobre o piso. No uso residencial, por exemplo, dispensa-se a etapa de fresagem do piso.
A base deve estar íntegra, seca, sem sujeira ou material solto e isenta de material contaminante ou oleoso. Nessas condições, a base deve ser preparada com fresamento (figura 7) ou polimento com disco de vídea. A raspagem deve ser feita em sentidos cruzados.
A superfície deve ser varrida com vassoura, a fim de retirar a sujeira grossa da base (figura 8). Em seguida, o pó será aspirado. O não cumprimento desses procedimentos prejudicará a aderência da argamassa na base, prejudicando o desempenho do sistema.
Com a superfície corretamente preparada, raspada, limpa e seca, aplicar a primeira camada de selante, utilizando uma vassoura de pelo limpa para fazer o espalhamento do produto (figura 9). Reaplicar o selante após quatro horas ou se a primeira camada estiver seca ao tato.
Aplicar uma fita de polietileno expandido nos cantos inferiores das paredes e em peças estruturais existentes no local, a fim de absorver qualquer movimentação. Demarcar a base em panos de acordo com a disposição das juntas de dilatação do piso (figuras 10 e 11).
Misturar o produto obedecendo à quantidade de água indicada pelo fabricante, utilizando um misturador mecânico. Para pequenas superfícies, a mistura pode ser feita em balde com haste metálica acoplada a uma furadeira profissional. Para grandes áreas, utilizar um misturador mecânico adequado que garanta a homogeneidade da mistura, atendendo à maior demanda de aplicação.
Para verificar a fluidez da argamassa, deve-se realizar o flow test despejando a massa sobre o gabarito nivelado (figura 12). A argamassa deve atingir o limite da marcação azul.
Aplicar a mistura sobre a camada seladora seca, respeitando a espessura final (figura 13). A aplicação é rápida e o consumo é de aproximadamente 1,7 kg/m²/mm.
Imediatamente após a aplicação, usar um rolo quebra-bolhas ou um rastelo denteado para remover o ar aprisionado (figura 14). Esperar 24 horas, até o endurecimento do piso, retirar as demarcações e recortar as rebarbas da fita de polietileno expandido. Em caso de aplicação de pintura, recomenda-se o lixamento prévio da superfície.
Figura 8 - Limpeza | Figura 9 - Selante | |
Figura 10 - Fita de polietileno expandido | Figura 11 - Demarcação das juntas de dilatação | |
Figura 12 - Flow test | Figura 13 - Aplicação | |
Figura 14 - Acabamento |
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