terça-feira, 10 de junho de 2014

Arquiteto cria casa totalmente integrada em 45m²






Em três anos, o arquiteto Alex Nogueira viu sair do papel o projeto da casa totalmente integrada. Nem loft e nem container. Em 45m², ele fez sala, cozinha, quarto e banheiro de uma forma livre, aberta e arejada.

De estrutura metálica e apenas com uma parede de concreto, que sustenta todo o entorno da casa, ele inaugurou o lar de forma retangular aos 30 anos, em maio de 2013, no bairro Rita Vieira, em Campo Grande.

“Eu queria alguma coisa parecida com o que acreditava que poderia ter. Para os clientes, você quer falar, mas quando não conhecem, eles têm medo, fica em dúvida, mas como era minha”. Alex investiu. Fora o terreno e pertences pessoais, ele gastou em média R$ 90 mil. Parece muito para um espaço construído de 45m². No entanto, levando em conta a escolha de materiais e o próprio projeto, se vê que é válido.

Alex diz que loft não é, porque o conceito nasceu das ocupações dos galpões ingleses e a estrutura ali é diferente, foi construída para ser uma casa. Já o container tem uma dimensão bem menor. “Eu diria que é uma casa que buscou ser o mais integrada possível”, resume.

Estrutura
Para entrar se abre a porta da frente, para o jardim, uma única porta de vidro separa o imóvel do deck que leva ao amplo gramado.

Na única parede de alvenaria, o concreto é protagonista. Além de segurar a casa, trouxe um ar mais ‘rústico’ ao imóvel. Abaixo, a parede foi revestida com pedra, uma solução que no fim casou esteticamente para o problema. Um dos entraves quando a arquitetura é ousada assim, é achar mão de obra qualificada.

O contorno retangular da casa foi feito por viga metálica, sem uma coluna aparente. No projeto, Alex quis dar uma sensação de flutuar. Um dos benefícios de uma casa suspensa é a ventilação. “Vem por cima, dentro e baixo”, define.

O vento é o suficiente a ponto de evitar instalações de ar condicionado ou ventiladores. “Sou dependente da ventilação, é bem comum dormir com tudo aberto”, diz. O telhado tem quatro camadas, justamente para frear o calor. “Ternite, isolamento metálico e isopor e por fim, o gesso acartonado que dá a cobertura da parede”, enumera.

Na prática, Alex transpassou muito da própria personalidade. “Ao mesmo tempo em que é muito aberto e reflete como eu sou, é meio metódico. Tudo reto, sem curvas”, exemplifica mostrando o balcão feito de viga metálica na cozinha.

Os móveis e eletrodomésticos são todos de primeira. Geladeira, forno e fogão eram comprados no início dos anos, ao longo da construção, durante os saldões. Já os móveis foram todos planejados e em parte, desenhados pelo próprio arquiteto.

A cama vira gaveteiro. Nas laterais, parte das roupas ficam guardadas. Já a frente abriga a sapateira. Na janela, uma arara permite pendurar camisas e outras roupas. Além do armário ficar dividido entre portas acima e abaixo do balcão onde fica a televisão.

“Dá para fazer tudo. É só quebrar certos padrões. É bom que as pessoas possam ver que dá para fazer coisa diferente e queiram experimentar também. Afinal, arquitetura é essa experiência. Todo mundo quer vestir a mesma coisa?”

A ideia de Alex foi publicada no site ArchDaily, página privilegiada de lançamentos de projetos de arquitetos de todo o mundo.


sexta-feira, 30 de maio de 2014

AutoCAD

Aqui está uma matéria muito completa sobre programas asados em Engenharia, Arquitetura e Design.

Por  Wendley Souza.

AutoCAD é um software do tipo CAD — computer aided design ou projeto assistido por computador — criado e comercializado pela Autodesk, Inc. desde 1982. É utilizado principalmente para a elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões (2D) e para criação de modelos tridimensionais (3D). Além dos desenhos técnicos, o software vem disponibilizando, em suas versões mais recentes, vários recursos para visualização em diversos formatos. É amplamente utilizado em arquitetura, design de interiores, engenharia mecânica e em vários outros ramos da indústria.

Alguns conceitos básicos 

CAD - A sigla CAD vem do inglês "Computer Aidded Design" que significa Desenho Assistido por Computador. Na verdade são programas (softwares) para computador específicos para geração de desenhos e projetos.

CAE – “Computer Aidded Enginner” – é uma etapa que realiza em “protótipos”, exercer em desenhos virtuais as cargas e esforços cuja tal peça vai sofrer em seu trabalho ou sua utilização.

CAM - A sigla CAM também vem do inglês "Computer Aidded Manufacturing" que significa Fabricação Assistida por Computador. Esse é um passo posterior ao CAD, (na Mecânica) se caracteriza pela geração de códigos específicos interpretáveis por máquinas operatrizes utilizadas na fabricação de peças.

GIS – (Geografic Information Sistem) Sistema de geoprocessamento – Sistema para processar e gerar imagens cartográficas, mapeamento e elaboração de bases cartográficas e bancos de dados.

AutoCAD - O AutoCAD é um programa (software), que se enquadra no conceito de tecnologia CAD e é utilizado mundialmente para a criação de projetos em computador. Na verdade, AutoCAD é o nome de um produto, assim como Windows, Office (Word, Excel,...), etc. Existem outros softwares de CAD como MicroStation, VectorWorks, IntelligentCad; para modelamento tridimensional e paramétricos como Catia, Pro Engineer, Solid Works, Solid Edges, etc.

Autodesk - Autodesk é o nome da empresa que desenvolve e comercializa o AutoCAD.

Tela de abertura 

Nesta tela nos é solicitado intervir de modo a escolher o sistema de medidas a ser trabalhado no AutoCAD. No Brasil, é bastante comum o uso do sistema métrico.
Clique aqui para exapandir a figura!
Figura 1 – tela de abertura do AutoCAD 2000
A tela gráfica 

Após escolhermos o sistema de medidas, o AutoCAD conclui o processo de inicialização e fica disponível para as entradas de comandos via teclado ou desenhos por meio do teclado. Antes de prosseguirmos aos comandos iniciais, é interessante observarmos que após a digitação de um comando, é imprescindível que a tecla seja pressionada, para efetivação.

2. Comandos iniciais

Line
Acesso por menu: Draw > Line
Via teclado: Line ou, no modo abreviado, L

Dado o comando, independente do modo, aparece no área de comandos “Specify first point” (em Inglês, “Especifique primeiro ponto”). Este ponto pode ser definido de várias formas: podemos simplesmente clicar com o botão esquerdo do mouse na área gráfica, ou ainda, digitar a coordenada referente ao ponto exato onde queremos iniciar a linha. Após especificarmos o primeiro ponto, é solicitado o próximo ponto (“Specify next point”), que pode ser definido igualmente ao primeiro. E assim o programa continua solicitando o próximo ponto, até que pressionemos a tecla para finalizar a operação.

Uma utilidade muito importante é o ORTO, que serve para desenharmos com ângulos de 90° e seus derivados. A tecla F8 faz ativar / desativar o ORTO.

Caso eu queira selecionar um objeto, podemos pulsar um clique diretamente sobre ele, ou ainda usar as opções de quadro de seleção. Quando eu seleciono, da esquerda para a direita, a área de seleção tem que passar por todo o objeto para selecioná-lo efetivamente, ao passo que fazendo o processo da direita para a esquerda, basta que a área de seleção “toque” em alguma parte do objeto para que o todo seja selecionado. Caso queira cancelar algum comando, não importante quantos passos tenham sido processados, basta pressionar a tecla .


Circle
Acesso por menu: Draw > Circle
Via teclado: Circle ou, no modo abreviado, C

Inicialmente acionado o comando, pede-se um ponto que é o centro do circulo, que pode ser aleatório ou um centro determinado. Agora é somente digitar o valor do raio do nosso circulo.

Opções de circle:
3P – Desenha círculo através de 3 pontos
2P – Desenha círculo através de 2 pontos
TTR – Desenha círculo tangente a dois objetos selecionados e a especificação do raio.


Offset
Acesso por menu: Modify > Offset
Via teclado: Offset ou, no modo abreviado, O

Uma tradução livre para este comando seria “equidistância”, ou seja, permite que eu faça um objeto similar a um outro, especificando apenas a distância de um ao outro. Uma vez escolhido a ferramenta, nos é solicitado para digitarmos a distância desejada; em seguida, especificamos o objeto que queremos uma cópia equidistante. Finalmente, nos é solicitado que cliquemos em qual lado do objeto (ou interna ou externamente, no caso de objetos fechados) para que possa ser criada a cópia.

Com estes três comandos já podemos criar vários desenhos, desta forma, tentemos criar o simples desenho abaixo:

Figura 2 – figura a ser reproduzida
A fim de facilitar, por exemplo, a construção de uma linha que cruze exatamente o centro, é interessante fazermos uso da ‘paleta’ “Object snap” (clique com botão direito em qualquer espaço da barra de ferramentas, e selecione “Object snap”):

Figura 3 – barra object snap
Esta paleta nos permite desenhar com referências. Devemos explorá-la para que saibamos utilizá-la com destreza.

Extend
Acesso por menu: Modify > Extend
Via teclado: Extend ou, no modo abreviado, Ex

Em poucas palavras, podemos dizer que este comando permite extender uma linha até o encontro de um objeto por nós especificado.

Rectangle
Acesso por menu: Draw > Rectangle
Via teclado: Rectangle ou, no modo abreviado, Rec

Inicialmente o comando pede um ponto, que pode ser aleatório ou um ponto determinado. A partir desse ponto podemos gerar um retângulo por uma diagonal imaginária, onde podemos clicar um ponto para gerar um retângulo aleatório ou inserir uma coordenada.

Opções de Rectangle:
CHAMFER – Opção de chanfrar todos os cantos do retângulo com medidas definidas
ELEVATION – Opção de criação de retângulo elevado a uma medida ao plano 0(zero) 3D
FILLET – Opção de arredondar todos os cantos definindo um raio
THIKENESS – Opção especifica uma “extrusão” do retângulo em 3D
WIDTH – Opção de definir espessuras de linhas de seu retângulo

Arc
Acesso por menu: Draw > Arc
Via teclado: Arc ou, no modo abreviado, A

Resumidamente, este comando permite desenhar arcos, a partir de 3 pontos ou do centro.

Figura 4 - arco Hatch
Acesso por menu: Draw > Hatch
Via teclado: Hatch ou, no modo abreviado, H

Permite criar hachuras (sombreados) nas figuras. No modo “user defined” posso especificar o tipo de hachura, o ângulo de sua inclinação e o espaçamento entre as linhas de hachuras.

Figura 5 - hatch
A “fluência” em todo processo de aprendizagem é adquirida com a prática, portanto, pratiquemos:




terça-feira, 27 de maio de 2014

Para cada tipo de solo, um tipo de radier

Por: Altair Santos

O engenheiro civil Fábio Albino de Souza é um dos principais estudiosos de radier no Brasil. Recentemente, no 55º Congresso Brasileiro do Concreto, promovido pelo Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) ele promoveu curso sobre essa tecnologia que, no país, ainda é pouco explorada. Sua preocupação é mostrar que um radier resistente depende de que o projeto saiba fazer o equilíbrio certo entre cálculo estrutural e estudo do solo. O terreno é que irá definir se o radier será estaqueado ou não, que tipo de concreto será usado para fabricar a laje e até se ele poderá ter armação ou não. É sobre esses critérios técnicos que Fábio Albino de Souza concedeu a entrevista a seguir:

Fábio Albino de Souza: falta uma normativa específica para radier no Brasil
Qual seria a melhor definição para radier?
Durante anos pesquisei a origem do termo radier e tenho fundamentado que a origem é romena, onde no passado foi muito utilizada nas fundações dos aquedutos. Uma definição mais atual, própria para nossos dias, é a fornecida pela ACI 360R-10 (2010) que define radier como uma laje sobre solo cuja principal finalidade é suportar as cargas aplicadas através da tensão admissível de suporte do solo (capacidade do solo).
No Brasil, o radier ainda é usado, em sua maioria, para a construção de casas e sobrados ou ele já é aplicado em obras de maior porte?
É muito importante comentar que até o momento o Brasil não possui uma normativa específica para radier. Essa restrição dificulta muito a utilização desse sistema de fundação. De uma maneira geral, no nosso país a maioria dos radiers são para casas de baixo custo, seja térrea ou sobrado, o que no meu ponto de vista é um preconceito com o sistema. Em outros países, a primeira opção a se avaliar é o radier; no Brasil, é a última opção. Isso, independentemente do porte da construção. Felizmente hoje já temos edifícios com 12 andares feitos no Brasil com radier, mas necessitamos divulgar mais essas realizações.

Radier armado, com concreto protendido, gera economia de até 30%
Até que ponto o tipo de solo influencia no tipo de radier que se deve usar?
Gosto de dizer que o projeto e o dimensionamento de um radier é metade cálculo estrutural e metade uma análise de solo. Não adianta conhecer 100% de análise estrutural e 0% de solo e também não adianta conhecer 100% de análise de solo e 0% de análise estrutural. Deve-se ter as duas coisas em 100%, ou seja, você tem que saber muito bem de análise estrutural e muito bem de solos. O tipo de solo influência diretamente na escolha do tipo de radier. Por exemplo: vamos imaginar que tenho solo expansivo e necessito construir uma residência comportada com essas características. Provavelmente o tipo de radier mais adequado vai ser um radier nervurado, com mais rigidez, pois posteriormente, nas verificações de levantamentos devido ao comportamento do solo, se for utilizado um radier de espessura uniforme, estaríamos contra a segurança ou gastando mais que o necessário. Somente a fim de complemento desse tema, muitos casos de insucessos no Brasil com relação a radier foram cometidos por ignorar os tipos de solo e tentar implantar um método de outro país nas condições brasileiras. Um dos meus grandes objetivos é adaptar essa transferência de tecnologia que outros países oferecem para as nossas condições, no intuito de reescrever um novo capítulo deradier no nosso país.
Um radier pode ser estaqueado? Caso sim, em que tipos de construção ele é usado?
Temos muitas situações onde a opção do radier estaqueado é adequada. Vou citar duas: 1) Estive recentemente na Cidade do México, e somente para referendar é um dos piores solos do mundo, se não for o pior. Lá vi muitas construções com radier estaqueado, inclusive com estacas de pedra nas construções mais antigas. Como o solo é muito ruim, e tem baixíssima capacidade de suporte, faz-se uma laje de transferência com estacas. Como o próprio nome diz, a laje transfere a carga para as estacas. Dá para levar em consideração essa capacidade de suporte dalaje no solo ou não. Inclusive pode ser considerado isso ao longo da vida útil da estrutura, uma vez que na Cidade do México inicialmente o solo estaria contribuindo muito pouco. Porém, depois de um tempo, o solo descolaria do radiere não estaria contribuindo, fazendo só funcionar as estacas. Mas tudo isso deve ser tratado com muito cuidado e muito critério, pois o comportamento estrutural do radier vai mudar.
2) Existem casos de edifícios altos onde as cargas nas fundações são elevadas, e com isso o diâmetro das estacas é grande. Consequentemente, o tamanho dos blocos também. Assim avalia-se a área total dos blocos pela área de projeção do edifício. Se esse valor for maior que 50%, não é recomendado fazer blocos isolados e sim um radier estaqueado. Esse é o caso do edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa.


Estudo do tipo de solo é que vai definir o modelo de radier a ser usado
Existe radier com armação e sem armação? Qual a diferença e para quais obras é possível usar o sem armação?
Primeiramente, é plausível explicar que muitas normativas no mundo proíbem ouso de radier sem armadura, embora seja possível fazer. Basicamente, o cálculo de um radier não armado é limitado ao módulo de ruptura do concreto, que é o quanto o concreto resiste de tração na flexão. De uma maneira grosseira, podemos dizer que essa parcela é 10% da resistência à compressão, ou seja, o concreto não é um material que resiste bem à tração. Como mencionado, é possível fazer um radier não armado com essa técnica, mas digo sempre: será que as condições de projeto são as condições reais no campo?  Esse é o grande xis da questão e posso afirmar categoricamente que esse tipo de radier não aceita um mínimo recalque. Qualquer mínimo recalque, todo aquele cálculo vai por água abaixo e o radier vai fissurar. Outro ponto importante para radier sem armadura é que você deve ter uma excelente equipe de execução, bem como um engenheiro tecnologista doconcreto pronto para combater as fissuras de retração plástica e não deixar esse radier fissurar após a concretagem. Sobre o radier armado com aço CA 50 ou CA 60, é uma laje sobre base elástica comum, sem muitos segredos. É o nosso concreto armado de cada dia. Hoje não recomendo o uso de radier sem armadura nenhuma. Talvez o uso de fibras possa ajudar, mas vale lembrar que as fibras não são armaduras. É uma outra técnica com conceitos e critérios diferentes onde o tipo de fibra, tamanho da fibra, relação de aspecto da fibra, entre outros fatores, podem influenciar.
Com relação ao concreto, quais os mais usados para se fabricar radier?
Com relação aos concretos, além das propriedades básicas, como resistência à compressão e módulo de elasticidade, acho muito importante estudar a retração plástica. O problema é que temos um abacaxi para descascar, que é a correlação de tudo isso. Corriqueiramente, se aumento a resistência do concreto consequentemente estarei aumentando a retração plástica por utilizar mais cimento. Embora haja pesquisas avançadas que conseguem aperfeiçoar isso, o processo torna-se mais oneroso. Portanto, aumentar indiscriminadamente a resistência à compressão do concreto não é uma boa alternativa, mesmo porque algumas pesquisas mencionam que se dobrar a resistência à compressão vai-se diminuir a espessura do radier em 15% em determinados casos. Outro ponto que temos que garantir é o módulo de elasticidade do concreto, aspecto que causa muitas discussões e que depende de inúmeros fatores assim como a retração plástica. Já fiz o dimensionamento de alguns radiers utilizando concreto leve estrutural e tive bons resultados. No entanto, o controle para sua fabricação também é rígido. Um outro tipo de concreto que talvez possa contribuir sobremaneira é o concreto de retração compensada. Nos Estados Unidos é largamente utilizado, inclusive com revisão de norma recente. Só para nossos leitores não ficarem sem parâmetros, comecem o dimensionamento dos radiers armados com resistência à compressão do concreto de 25 MPa e radiers de concreto protendido com 30 MPa.
O concreto protendido é o mais recomendado?
Sou suspeito para falar sobre o radier protendido, pois é a técnica que mais gosto de dimensionar. Não seria questão de recomendação, e sim de economia, que está em torno de 30%. Isso depende de alguns fatores que fazem até algumas construtoras optarem pelo radier armado, mesmo sabendo que estão gastando mais. Acontece, em muitos casos, da construtora não se adaptar com o radier protendido e isso acabar refletindo até no organograma da obra. Então, nesses casos, o protendido não é utilizado. Mas que é econômico e seguro não tenho dúvidas.

Para se construir um radier exige-se mão de obra qualificada?

Depende. Se for um radier armado, acho que é muito trivial e as construtoras estão preparadas para fazer. Se for um radier com fibras, depende. O tipo de fibra muda a logística do concreto, pois o controle tecnológico no momento do lançamento é diferente. No caso do radier protendido também, mas neste caso, normalmente, é uma empresa terceirizada que faz a protensão ou a construtora recebe um treinamento para fazer a protensão e tem todos os equipamentos.
Quais são as principais inovações usadas na construção de radier?
uso de radier já é uma inovação no Brasil, por substituir fundações mais tradicionais. Falando de uma maneira global, digamos radier x radier, acho que o uso da protensão no radier está possibilitando cada vez mais a utilização racional do sistema, bem como a possibilidade de termos placas cada vez maiores sem juntas. Isso também vale para as técnicas de concreto de retração compensada, e em certos casos de radier pré-moldado.
Entrevistado
Engenheiro civil Fábio Albino de Souza, mestre em engenharia de estruturas, professor em uma série de instituições de ensino em São Paulo e com experiência no cálculo de radiers em solos expansivos e solos compressíveis. Atualmente, é Specialist SOG (Slab-on-Ground) da ADAPT Corp. No Brasil e dedica-se à conclusão do livro Radier: Simples, armado e protendido.
Contato: fabio@ebpx.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/ Fábio Albino de Souza


fonte
http://www.cimentoitambe.com.br/para-cada-tipo-de-solo-um-tipo-de-radier/

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Leitura e Interpretação de Projetos Arquitetônicos Parte 3

Continuação do curso de Leitura e Interpretação de Projetos Arquitetônicos desenvolvido pela PROFª REGINA BRABO, feito para a Universidade Federal do Pará, em 2009. Penúltima parte.



4. PROJETO ARQUITETÔNICO


MONTAGEM GRÁFICA DE UM PROJETO

O projeto relativo a qualquer obra de construção, reconstrução, acréscimo e modificação de edificação, constará, conforme a própria natureza da obra que se vai executar, de uma série de desenhos:

a. Plantas cotadas de cada pavimento, do telhado e das dependências a construir, modificar ou sofrer acréscimo. Nessas plantas devem ser indicados os destinos e áreas de cada compartimento e suas dimensões.
b. Desenho da elevação ou fachada ou fachadas voltadas para vias públicas. Num lote de meio de quadra é obrigatória a representação de apenas uma fachada. No caso de lote de esquina é obrigatória a representação de pelo menos duas fachadas.
c. A planta de situação em que seja indicado:
d. Posição do edifício em relação às linhas limites do lote
e. Orientação em relação ao norte magnético
f. Indicação da largura do logradouro e do passeio, localizando as árvores existentes no lote e no trecho do logradouro, poste e outros dispositivos de serviços de instalações de utilidade publica.
g. Cortes longitudinal e transversal do edifício projetado. No mínimo representam-se 2 cortes, passando principalmente onde proporcione maiores detalhes ao executor da obra ou dos projetos complementares.

PLANTAS E VISTAS



Escalas mais utilizadas:
a. Planta baixa.............. 1:50
b. Cortes........................ 1:50
c. Fachadas.................... 1:50
d. Situação..................... 1:200 / 1: 500
e. Localização................ 1:1000 / 1:2000
f. Cobertura................... 1:100
Obs: A escala não dispensará a indicação de cotas.


PLANTA BAIXA
É um corte transversal à edificação, a uma altura de 1,50m. Através da planta baixa, podemos visualizar os ambientes que compõe o projeto.
Itens que compõe a planta baixa:
• Paredes
• Janelas
• Portas
• Cotas
• Cotas de nível
• Projeções
• Indicação dos cortes
• Indicação do norte
• Escada
• Rampas
• Pergolados
• Espelho d’água










CORTES E FACHADAS:
Na maioria dos casos, as plantas e fachadas não são suficientes para mostrar as divisões internas de um projeto, bem como os elementos construtivos como as vigas, fundamentais no projeto adequado da futura rede de dutos para condicionamento de ar:
Desta forma temos os cortes transversais e longitudinais, obtidos através de um plano de secção atravessando a construção verticalmente. Já a Fachada nada mais é do que a elevação frontal da construção.



FACHADA / ELEVAÇÃO


PLANTA DE COBERTURA, ÁGUAS
As coberturas são constituídas por uma ou mais superfícies que podem ser planas, curvas ou mistas, entretanto as planas são as mais utilizadas.
Essas superfícies (planos) são denominados “água”, e conforme o seu número,  temos o telhado de uma água (vulgarmente conhecido como alpendres ou meia-água), os de duas, de três, de quatro, etc.










Beirais
São parte da cobertura que avançam além dos alinhamentos das paredes externas. Faz o papel das abas de um chapéu: protege as paredes contra as águas da chuva. Geralmente tem largura em torno de 60cm à 1.00m.




ESTRUTURA



CALHAS



INCLINAÇÃO DAS COBERTURAS





PROJETO DE UMA COBERTURA
Consiste na projeção do telhado sobre um plano horizontal, de modo a conhecer a sua forma através das linhas de cummeira, espigões e rincões. A cumeeira é um divisor de águas horizontal. Os espigões são também divisores de água, porém inclinados e os rincões ou águas furtadas são receptores de águas inclinadas.
Ao projetarmos uma cobertura devemos nos lembrar de algumas práticas:

1. As cumeeiras são linhas paralelas a uma direção das paredes e perpendicular a outra direção.
2. Os espigões formam ângulos de 45º com as projeções das paredes e partem dos cantos externos.
3. Os rincões ou águas furtadas formam ângulos de 45º com as projeções das paredes e partem dos cantos internos.



















OUTRAS INFORMAÇÕES NO PROJETO ARQUITETÔNICO

Legenda de Esquadrias: P (PORTAS); J (JANELAS); B (BALANCIN)
Quadro de áreas: legenda que apresenta área do terreno, área construída e áreas de permeabilidade (jardim).
Especificações de materiais de acabamento: piso, parede, forro

















Continua...

terça-feira, 29 de abril de 2014

Leitura e Interpretação de Projetos Arquitetônicos Parte 2

Continuação do curso de Leitura e Interpretação de Projetos Arquitetônicos desenvolvido pela PROFª REGINA BRABO, feito para a Universidade Federal do Pará, em 2009.

2. DIMENSIONAMENTO E ESCALAS

ESCALAS

Norma ABNT NBR 8196, Dezembro 1999.
A designação de uma escala deve consistir na palavra ESCALA ou ESC, seguida da indicação da relação:
ESCALA 1:1 para escala natural
ESCALA X:1 para escala de ampliação (X > 1)
ESCALA 1:X para escala de redução (X > 1)
A escala deve ser indicada na legenda. O valor de X deve ser igual a 2, 5 ou 10, ou múltiplos destes. Por exemplo, 1:2, 50:1, 1:100.

Escalas utilizadas para desenhos arquitetônicos:
• 1:200 ou 1:100 = rascunhos / estudos (papel manteiga)
• 1:100 = anteprojeto – plantas, fachadas, cortes, perspectivas
• 1:100 = desenhos de apresentação – plantas, fachadas, cortes, perspectivas, projeto para Prefeitura
• 1:50 = execução (desenhos bem cotados)
• 1:10, 1:20 e 1:25 = detalhes
• 1:50 = projetos especiais – fundações, estrutura, instalações, etc.

LINHA DE COTA: Cotagem em Desenho Técnico (NBR 10126)
Representação gráfica das dimensões no desenho técnico de um elemento, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida. Elementos gráficos para representação de cotas


Podemos dividir os desenhos arquitetônicos em dois grupos: Desenhos Preliminares de apresentação e Desenhos para execução. Nos desenhos preliminares são feitos vários estudos por meio de esboços que começam a dar forma ao edifício proposto. Estes têm por objetivo dar uma representação real do projeto de um edifício. São constituídas de plantas, elevações; incluindo, para serem mais completos, também desenhos perspectivos com representação de figuras humanas, árvores, edifícios adjacentes para servir como escala de referência. Não devem conter dados estruturais.
Nos desenhos para execução incluímos as plantas, elevações e fachadas, cortes e acabamentos segundo as normas com as quais a obra será executada.
Na área de construção civil, as plantas se constituem como a representação gráfica de um projeto;
Existem alguns tipos de representações gráficas em um projeto:
– Planta baixa;
– Planta de situação;
– Planta de localização;
– Corte transversal e longitudinal;
– Planta de fachada.
Na área de construção civil, as plantas se constituem como a representação gráfica de um projeto;

PLANTA DE SITUAÇÃO


PLANTA DE LOCAÇÃO
Planta de Locação ou Localização: demonstra a localização da obra dentro do terreno, com seus respectivos recuos frontais e laterais.

Vocabulário e normas básicas de construção e desenho de arquitetura:
PEITORIL - altura do chão ao início da janela.
PÉ-DIREITO - altura do chão até a laje.
CUMEEIRA - ponto mais alto da cobertura.
PLANTA - vista obtida após a retirada do plano de secção olhando de cima
para baixo;
CORTE - vista obtida após a retirada da parte anterior ao plano de secção
olhando de frente;
BREESES E MARQUISES: elementos construtivos que impedem a entrada de
radiação solar direta no interior da construção;
VIGAS E PILARES: elementos estruturais responsáveis pela sustentação da
construção através da distribuição das forças e transmissão até o alicerce da construção:

Normas básicas de construção (dependem do Plano Diretor de cada Município)
• Recuo Frontal: maior ou igual a 4,00 m.
• Recuos laterais: maior ou igual a 1,50 m caso exista janela na parede.
• Pé-direito: mínimo de 2.50m para banheiros e corredores, sendo 2,80m o exigido para as demais dependências.
• Portas: externas= 0,90 m, internas= 0,80 m, banheiros=0,70 m em geral sendo que todas possuem altura de 2,10 m.
• Largura dos corredores = mínimo 0,90 m.
• Abertura mínima para ventilação iluminação = 1 / 6 da área do piso.
• Inclinação dos telhados: telha de barro= 30%, de fibrocimento= 12%
• Laje = espessura média 0,12 m.
• Paredes = de meio tijolo com reboco 0,15 m, de um tijolo 0,25 m.

3. CONVENÇÕES E SIMBOLOS

a. PAREDES
Normalmente as paredes internas são representadas com espessura de 15 cm, mesmo que na realidade a parede tenha 14 cm ou até menos. Nas paredes externas o uso de paredes de 20 cm de espessura é o recomendado, mas não obrigatório. É no entanto obrigatório o uso de paredes de 20cm de espessura quando esta se situa entre dois vizinhos (de apartamento, salas comerciais...).
Convenciona-se para paredes altas (que vão do piso ao teto) traço grosso contínuo, e para paredes a meia altura, com traço médio contínuo, indicando a altura correspondente.


Na representação de uma reforma é indispensável diferenciar muito bem o que existe e o que será demolido ou acrescentado. Estas indicações podem ser feitas usando as seguintes convenções:


b. PORTAS
Porta interna - Geralmente a comunicação entre dois ambientes não há diferença de nível, ou seja, estão no mesmo plano, ou ainda, possuem a mesma cota.


Porta externa - A comunicação entre os dois ambientes (externo e interno) possuem cotas diferentes, ou seja, o piso externo é mais baixo.
Nos banheiros a água alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho; os dois inconvenientes são evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de 1 a 2 cm pelo menos. Por esta razão as portas de sanitários desenham se como as externas.







c. JANELAS
O plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril até 1.50m, sendo estas representadas conforme a figura abaixo, sempre tendo como a primeira dimensão a largura da janela pela sua altura e peitoril correspondente. Para janelas em que o plano horizontal não o corta, a representação é feita com linhas invisíveis.





NÍVEIS

– São cotas altimétricas dos pisos, sempre em relação a uma determinada Referência de Nível pré-fixada pelo projetista e igual a zero
– Regras:
• Colocar dos dois lados de uma diferença de nível;
• Indicar sempre em metros, na horizontal;
• Evitar repetição de níveis próximos em planta e não marcar sucessão de desníveis iguais (escada);




Em planta baixa, os pisos são apenas distintos em comuns ou impermeáveis
•Os impermeáveis são representados apenas nas “áreas molhadas”, ou seja, áreas dotadas de equipamentos hidráulicos, sacadas, varandas, etc...
• O tamanho do reticulado constitui uma simbologia, não tendo a ver necessariamente com o tamanho real das lajotas ou pisos cerâmicos.

Equipamentos Hidráulicos


Cuba do Lavatóri
Vaso Sanitário






Balcão, pia, fogão e geladeira










Tanque






Chuveiro














continua...